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Exame de sangue deteta com precisão mais de 50 tipos de cancro antes dos sintomas

exame de sangue para detetar o cancro

Investigadores desenvolveram o primeiro exame de sangue que pode detetar com precisão mais de 50 tipos de cancro e identificar qual o tecido em que este teve origem, muitas vezes antes mesmo de haver sinais ou sintomas clínicos da doença.

Num artigo publicado na revista Annals of Oncology, os especialistas mostraram que o teste, que pode ser usado em programas nacionais de rastreio do cancro, tem uma taxa de falsos positivos de 0,7% para a deteção da doença, o que significa que menos de 1% das pessoas seriam erradamente diagnosticadas.

Um valor muito abaixo dos cerca de 10% das mulheres que são incorretamente identificadas como portadoras de cancro nos programas nacionais de rastreio do cancro da mama, embora essa taxa possa ser maior ou menor, dependendo do número e da frequência dos exames e do tipo de mamografia realizada.

O teste conseguiu prever o tecido em que o cancro teve origem em 96% das amostras e foi preciso em 93% dos casos.

Um exame de sangue que usa o ADN e algoritmos

Os tumores libertam ADN no sangue e isso contribui para o que é conhecido como ADN livre em circulação. No entanto, como este pode também vir de outros tipos de células, pode ser difícil identificar o que é proveniente de tumores.

Este novo exame de sangue analisa alterações químicas no ADN, a chamada “metilação”, que por norma controla a expressão genética. E sabe-se que padrões de metilação anormais e as alterações resultantes na expressão genética podem contribuir para o crescimento do tumor, o que confere a estes sinais de ADN livre em circulação o potencial para detetar e localizar o cancro.

Através de um algoritmo, foi possível identificar corretamente a presença de cancro, o que dá a este teste, segundo Michael Seiden, líder da US Oncology e autor sénior da investigação, “os requisitos fundamentais para ser um exame de sangue com deteção precoce de cancro, que poderia ser usado para a triagem a nível populacional”.

De acordo com o especialista, “a capacidade de detetar vários tipos de tumores mortais com um único teste que possui uma taxa de falsos positivos muito baixa e a possibilidade de identificar, no corpo, onde o cancro está localizado com elevada precisão pode ajudar os profissionais de saúde a direcionar as próximas etapas para o diagnóstico”.

“Considerando o ónus do cancro na nossa sociedade, é importante que continuemos a explorar a possibilidade deste teste identificar o cancro num estadio anterior e, por extensão, reduzir potencialmente as mortes por tumores para os quais o rastreio não está disponível ou a adesão é baixa”, acrescenta.

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