O Infarmed vai lançar uma campanha digital, no próximo dia 17, a propósito do Dia Europeu do Antibiótico (18 de novembro) e, simultaneamente, da Semana Mundial de consciencialização sobre o Uso de Antimicrobianos (de 17 a 21 de novembro), sob o mote “O poder dos antibióticos depende de todos nós”.
Esta campanha, que conta com o apoio da Direção-Geral da Saúde e do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, tem como objetivo primordial sensibilizar para o uso correto dos antibióticos de modo a preservar a sua eficácia e diminuir a resistência antimicrobiana.
Composta por uma animação, que se pretende, com a colaboração das farmácias, hospitais e centros de saúde a nível nacional, ver divulgada nos seus circuitos internos de televisão, e diversos posts que serão partilhados nas redes sociais, esta campanha terá o seu início a dia 17 e terminará dia 25.
No entanto, a sua mensagem é intemporal: o poder dos antibióticos continua a depender de todos.
Uma ameaça à saúde global
De acordo com os dados mais recentes do Sistema Global de Vigilância da Resistência e Utilização de Antimicrobianos (GLASS), da Organização Mundial de Saúde, a resistência antimicrobiana (RAM) é uma ameaça crescente à saúde global, comprometendo a eficácia de tratamentos que salvam vidas e colocando as populações em maior risco, seja por infeções comuns ou por intervenções médicas de rotina.
Em 2023, aproximadamente uma em cada seis infeções bacterianas confirmadas em laboratório em todo o mundo foi causada por bactérias resistentes aos antibióticos. A resistência mediana foi mais comum nas infeções do sistema urinário (aproximadamente 1 em 3) e nas infeções da corrente sanguínea (1 em 6), e menos frequente nas infeções gastrointestinais (1 em 15) e nas infeções gonocócicas urogenitais (1 em 125).
NO que diz respeito à resistência por área geográfica, esta foi mais frequente nas regiões do Sudeste Asiático e do Mediterrâneo Oriental (quase 1 em 3 infeções), seguidas pela região africana (1 em 5), todas acima da mediana global, e foi menos frequente na região europeia (1 em 10) e ainda menos frequente na região do Pacífico Ocidental (1 em 11), indicando uma ampla disparidade regional.
O relatório confirma ainda que a resistência aos antibióticos aumentou em 40% das combinações monitorizadas entre 2018 e 2023, com aumentos relativos anuais que variam entre 5% e 15%, o que está a limitar as opções terapêuticas e a impulsionar uma mudança de tratamentos orais para intravenosos, incluindo uma maior dependência de antibióticos de segunda escolha e de último recurso.
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