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Tratamento da síndrome dos ovários poliquísticos pode passar pela dieta

síndrome dos ovários poliquísticos

A dieta mediterrânea pode ajudar a tratar a síndrome dos ovários poliquísticos, revela um novo estudo, feito com ratinhos de laboratório, que dá aos investigadores uma nova visão sobre novos potenciais tratamentos para este problema.

Num estudo publicado na revista Nature Communications, cientistas australianos revelam que é a primeira vez que a função reprodutiva de ratos com síndrome dos ovários poliquísticos é restaurada apenas com recurso à dieta.

Kirsty Walters, que liderou esta investigação, ficou surpreendida ao descobrir que a combinação entre uma proporção mais baixa de proteínas, consumo médio de hidratos de carbono e de gordura parecia reverter o efeito este problema num grupo de ratinhos fêmea.

“Este é um resultado emocionante porque tem o potencial de restaurar a ovulação em mulheres que sofrem de síndrome dos ovários poliquísticos sem o uso de medicamentos”, refere Walters.

Atualmente, um estilo de vida saudável é também recomendação para as mulheres com síndrome dos ovários poliquísticos, para reduzir a gravidade dos sintomas, que costumam incluir ganho de peso, mas estas novas descobertas fornecem evidências para intervenções dietéticas específicas, que surgem como estratégia promissora para o tratamento deste problema.

“Embora seja necessário testar os efeitos desta dieta em mulheres com síndrome dos ovários poliquísticos em estudos futuros, acho que a nossa investigação mais recente é um trampolim em direção a quais as dietas que devemos explorar mais”, refere.

O que é a síndrome dos ovários poliquísticos

A síndrome dos ovários poliquísticos é um distúrbio endócrino que afeta mais de 10% das mulheres em todo o mundo, com sintomas que incluem ciclos menstruais irregulares ou ausentes, ganho de peso e altos níveis de androgénios (hormonas normalmente encontrados em maiores quantidades nos homens, como a testosterona).

É uma condição frequentemente associada à incapacidade de conceber e, embora existam intervenções médicas que podem ajudar a superar esta doença, não há cura e a causa permanece desconhecida.

Valentina Rodriguez Paris, outras das especialistas envolvida neste estudo, considera que, devido ao ganho de peso em excesso observado em 30 a 75% de todas as mulheres com este problema, a intervenção dietética e o exercício são um tratamento de primeira linha recomendado para reduzir a gravidade dos sintomas, mas a dieta ideal tem ainda de ser definida.

“Hoje, o que está estabelecido para mulheres com síndrome dos ovários poliquísticos é a modificação do estilo de vida – ter uma dieta saudável e fazer exercícios, mas ainda não há uma orientação específica sobre qual deve ser a dieta ideal”, afirma Rodriguez Paris.

“As diretrizes internacionais sugerem que uma perda de peso de 5 a 10% ajudará a melhorar os sintomas. Mas tem havido pesquisas limitadas até agora sobre qual deverá ser o equilíbrio específico de macronutrientes, que é o que estávamos a examinar no nosso estudo.”

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