
Um novo estudo, realizado na University of East Anglia (UEA), do Reino Unido, mostra que o jejum intermitente pode ter um impacto na reprodução masculina e feminina.
O estudo foi realizado em peixes, mas a equipa de investigação salienta que os resultados obtidos dão conta da importância de considerar o efeito do jejum não só no impacto que este pode ter no peso e na saúde, mas também na fertilidade.
Alexei Maklakov, professor da Escola de Ciências Biológicas daquela instituição, refere que “o jejum intermitente é um padrão alimentar em que as pessoas limitam o seu consumo alimentar a certas horas do dia. É uma tendência popular para melhorar a saúde e ter uma boa forma física e as pessoas estão a fazê-lo para perder peso”.
“Mas a forma como os organismos reagem à escassez de alimentos pode afetar a qualidade dos seus óvulos e esperma, e tais efeitos podem potencialmente prolongar-se após o fim do período de jejum intermitente. Queríamos saber mais sobre como estes tipos de dietas podem afetar a fertilidade de um organismo modelo popular.”
Para isso, socorreram-se do peixe-zebra (Danio rerio), animal usado na investigação porque o seu genoma é 70% semelhante ao humano e mais de 84% dos genes que causam doenças nos seres humanos pode ser encontrados nestes peixes, para descobrir o que acontece quando os indivíduos são expostos a alimentos durante e após um período de jejum.
Edward Ivimey-Cook, da Escola de Ciências Biológicas da UEA, confirma que foi descoberto “que o jejum intermitente afeta a reprodução de forma diferente nos machos e nas fêmeas”. E não tem dúvidas que “estas descobertas sublinham a importância de considerar não só o efeito do jejum na manutenção do corpo, mas também na produção de ovos e esperma”, efeito esse que se mantém mesmo após o fim do jejum.
Considera ser necessário, por isso mesmo, “mais investigação para compreender quanto tempo leva para que a qualidade do esperma regresse ao normal após um período de jejum”.