Scroll Top

Maioria dos portugueses com mieloma múltiplo nunca ouviu falar da doença

mieloma múltiplo

A maioria (87,1%) dos portugueses confrontados com o diagnóstico de mieloma múltiplo nunca tinha ouvido falar desta doença, apresentando apreensão e tristeza no momento do diagnóstico, com 36,6% a afirmar a necessidade de apoio psicológico para ajudar na gestão da sua doença. A conclusão é do estudo “Viver com Mieloma Múltiplo: Impacto na Vida dos Doentes em Portugal”, estudo promovido pela Takeda, com o apoio da Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL), da Associação de Apoio aos Doentes com Leucemia e Linfoma (ADL) e da Associação Portuguesa de Leucemias e Linfomas (APLL).

Em Portugal, são diagnosticados cerca de 800 novos casos por ano, a maioria dos quais com mais de 65 anos, podendo surgir em doentes mais jovens, como Ana Filipa Lopes.

“Fui diagnosticada aos 29 anos com mieloma múltiplo após queixas relacionadas com outro quadro clínico. Mas, em retrospetiva, já tinha sinais e sintomas como dores de costas e fadiga. Ao início foi muito difícil gerir os desafios físicos e emocionais, mas com ajuda psicológica individual e um grupo de apoio foi-se tornando mais fácil. Sou acompanhada por uma equipa médica multidisciplinar e procuro conhecimento constante sobre a doença. Com base nos avanços científicos sinto-me confiante no futuro e vou traçando objetivos para a minha vida”, partilha

Segundo Catarina Geraldes, Diretora do Serviço de Hematologia Clínica da Unidade Local de Saúde de Coimbra (ULS Coimbra), “apesar de permanecer incurável, o mieloma múltiplo tem vindo a tornar-se uma doença cada vez mais crónica. Os doentes fazem terapêuticas com uma toxicidade limitada, geralmente bem toleradas, o que permite que estas sejam realizadas por tempo prolongado e possam retomar ou manter a sua vida normal. Perante este facto, quanto mais informado o doente estiver, melhor vai conseguir lidar com a doença e gerir os seus efeitos, de forma a garantir a sua qualidade de vida”, esclarece a especialista.

O mieloma múltiplo não tem cura, mas com a terapêutica adequada é possível controlar a doença. Apesar de ser uma patologia com sintomas inespecíficos, é importante ter atenção a alguns sinais e sintomas. Um diagnóstico precoce é fundamental na gestão desta doença, nomeadamente na prevenção da disfunção de um ou mais órgãos, disfunção esta que pode, por vezes, ser irreversível.

 

Crédito imagem: Panuwat Dangsungnoen (iStock)

Posts relacionados