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Na UE, meio milhão de homens que fazem sexo com outros homens sem acesso a medicação que previne VIH

alerta para homens que fazem sexo com outros homens

Atualmente, cerca de 500.000 homens que fazem sexo com outros homens na União Europeia não têm acesso à profilaxia pré-exposição ao VIH (PrEP), apesar de ser elevada a probabilidade de o usarem, revelam os dados de uma publicação agora divulgada.

PrEP significa profilaxia pré-exposição, ou seja, uma medicação que deve ser tomada antes da ocorrência de um comportamento de risco, que previne a infeção, neste caso por VIH. Desta forma, a PrEP, que existe atualmente sob a forma de comprimidos, deve ser utilizada por pessoas não infetadas por VIH, de forma a impedir que se infetem.

Publicado num documento na Eurosurveillance, que tem por base as descobertas do Centro Europeu de Monitorização e Prevenção de Doenças e do Estudo Europeu sobre Homens que fazem sexo com homens (EMIS-2017), o estudo quis identificar o nível de necessidades por satisfazer da PrEP entre os homens que fazem sexo com outros homens, o que continua a ser a principal forma de transmissão do VIH nos países da União Europeia (UE), representando 38% de todos os novos diagnósticos de VIH em 2017. 

Risco para homens que fazem sexo com outros homens

Os especialistas do National AIDS Trust, London School of Hygiene and Tropical Medicine, Public Health England e ECDC, autores do trabalho, utilizaram dados para comparar a proporção de homens que fazem sexo com homens que declararam ter ‘muita probabilidade’ de usar a PrEP se fosse acessível e a proporção daqueles que atualmente a usam.

A ‘diferença de PrEP’ estimada variou consoante os países, mas a nível geral este hiato chega aos 17,4% na Europa, o que equivale a 500.000 homens que fazem sexo com outros homens que provavelmente usariam a PrEP, mas atualmente não o podem fazer.

Rosalie Hayes, principal autora do estudo considera que “estas descobertas devem servir de alerta aos países da UE”.

“Embora tenham sido feitos progressos na disponibilização nacional da PrEP reembolsada, estes dados são preocupantes. Quanto maior o atraso no acesso à PrEP para estes homens, mais infeções por VIH vão ocorrer.”

“O ECDC defende, desde 2015, que os Estados Membros da UE devem considerar a integração da PrEP no seu pacote de prevenção do VIH para aqueles com maior risco de infeção, começando pelos homens que fazem sexo com homens”, enfatiza Andrew Amato Gauci, chefe de o programa da ECDC para o VIH/sida e hepatites virais.

Apesar desta recomendação, tal não tem acontecido, mas em Portugal a PrEP já tem a comparticipação estatal.

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