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Mitos e verdades sobre a dieta durante a amamentação

dieta e alimentação

A explosão das redes sociais, dos blogues sobre parentalidade e das tendências nutricionais na última década significam que a internet pode ser um lugar confuso e muitas vezes contraditório para quem procurar aconselhamento nutricional durante a amamentação. Embora as histórias sobre dieta e amamentação possam apontar para soluções rápidas, falar com o pediatra pode ajudar na tomada de decisões mais informadas sobre a nutrição da mãe e do bebé. Patricia Campbell, médica pediatra no Hospital Infantil de Los Angeles, partilha a sua perspetiva especializada sobre a amamentação e dieta.

Uma das questões mais vezes colocada é quando se devem eliminar os alimentos da dieta durante a amamentação e a resposta, garante a especialista, pode surpreender: raramente! A maioria dos bebés não é afetada pelos alimentos da dieta da mãe.

Muitas vezes, a principal razão pela qual um pediatra pode recomendar que uma mãe que amamenta altere a sua dieta é se houver sangue nas fezes do bebé, o que pode ser um indicador de alergias comuns à proteína do leite ou à soja. Outros indicadores mais subtis de alergia podem ser a regurgitação excessiva ou o refluxo ácido. Consulte o seu pediatra se suspeitar que o seu bebé possa ter alguma alergia. Pode demorar algumas semanas após a eliminação do alimento para que os sintomas do bebé melhorem.

Patricia Campbell explica que, muitas vezes, a irritabilidade, o choro, os gases, o aumento da regurgitação ou a postura do bebé curvada para cima devido à dor de barriga podem não ser necessariamente o resultado da dieta dos pais. “Garanto sempre aos pais que tudo o que comiam durante a gravidez deve passar bem para o pós-parto”, diz. “Os gases são uma parte natural do crescimento do bebé, à medida que o seu sistema digestivo continua a desenvolver-se e o seu intestino acumula mais bactérias saudáveis.”

Em vez de eliminar os alimentos como primeiro passo, a médica sugere que se experimentem outros métodos para aliviar o desconforto do bebé, como garantir que ele arrota adequadamente, massajar a barriga, ficar de barriga para baixo, movimentar suavemente as pernas e garantir uma boa pega ou técnicas de alimentação.

E se depois de retirado um alimento da dieta da mãe o meu bebé melhorar de imediato? As alterações na dieta demoram vários dias a surtir efeito, e a maioria requer duas a quatro semanas de eliminação consistente de alimentos para confirmar que os gases ou o desconforto estão associados ao alimento eliminado. Isto significa que quaisquer mudanças que possa observar após apenas alguns dias são provavelmente uma coincidência.

Além disso, Chapman recomenda que os pais não stressem ainda mais com uma dieta restritiva que pode eliminar os grupos alimentares e as fontes de nutrientes essenciais. “Por vezes, os bebés só precisam de tempo para melhorar a motilidade intestinal e para se tornarem mais eficientes na eliminação de gases e arrotos”, afirma. “Eliminar os alimentos da dieta não deve ser o primeiro passo.”

Uma dieta saudável para a amamentação

Uma dieta saudável para a amamentação reflete a dieta recomendada para qualquer pessoa. Ou seja, deve incorporar alimentos ricos em nutrientes, como frutas, legumes, cereais integrais e carnes magras, o que ajudará a garantir que se está a consumir uma quantidade equilibrada de proteínas, hidratos de carbono e gorduras. É importante ainda que as pessoas se certifiquem de que há uma boa hidratação.

Quem amamenta pode também sentir mais fome do que o normal: uma pessoa que está a amamentar deve consumir mais 300 a 500 calorias por dia.

E quanto aos suplementos ou alimentos comercializados para a amamentação? Embora quase não existam evidências científicas que sustentem os benefícios destes alimentos para a lactação, não são prejudiciais quando consumidos com moderação e podem contribuir para uma dieta equilibrada, refere a médica, que aconselha que, antes de passar pelo processo de remoção de alimentos durante a amamentação, consulte o pediatra para esclarecer todas as dúvidas e preocupações.

 

Crédito imagem: Pexels

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