Os dados são preliminares. Mas suficientes para motivar uma ação, considera a Sociedade Europeia de Oncologia Clínica, perante os dados que revelam que a esmagadora maioria dos oncologistas europeus (87%) inquiridos num estudo ainda por publicar querem mais informação sobre os medicamentos biossimilares.
No congresso da organização, que reuniu centenas de especialistas na Alemanha, o tema esteve em destaque. Isto porque embora estejam na origem de algumas das inovações mais promissoras no tratamento do cancro, entre os quais a imunoterapia, os medicamentos biológicos são também responsáveis por uma fatia dos custos com medicamentos na União Europeia (UE).
Contas feitas pelo IQVIA Institute for Human Data Science dão conta de gastos, só na UE, de 24 mil milhões de euros, em 2016, com tratamentos para o cancro, sendo os medicamentos biológicos responsáveis por quase 40% deste valor. Com a introdução de biossimilares para os três principais agentes de oncologia, estima-se uma poupança de até dois mil milhões de euros em toda a Europa em 2021.
Se é necessária mais educação, então está na hora de a proporcionar
O uso dos medicamentos biossimilares permite aumentar a disponibilidade de medicamentos inovadores para doentes que, de outra forma, não seriam tratados com fármacos biológicos devido a restrições económicas, defende a ESMO. Mas isto depende de uma compreensão mais ampla dos biossimilares em todo o ecossistema da oncologia.
Por isso, para os especialistas não há dúvidas sobre o apoio a estes medicamentos, uma vez que representam alternativas mais baratas e têm o potencial de tornar o tratamento ideal para o cancro mais sustentável e amplamente acessível.
“É importante a colaboração e as abordagens com múltiplos interessados para melhorar a compreensão e erradicar os equívocos, permitindo a aceitação bem-sucedida dos biossimilares em oncologia”, afirma Josep Tabernero, Presidente da ESMO. “Se mais educação é o que os oncologistas precisam, (…) devemos agir com urgência em relação a isso.”