Cientistas das Universidade de Granada, em Espanha, e São Paulo, no Brasil, estão a estudar o papel de substâncias presentes no café e o seu impacto nas células cancerígenas, para perceber se a bebida poderá ajudar a prevenir e tratar algumas formas de cancro.
Cafeína, trigonelina e ácido clorogénico são as substâncias em análise, confirma Maria Angel García Chaves, professora da Universidade de Granada, e membro do grupo ‘Terapias avançadas, diferenciação, regeneração e cancro’.
Juntamente com outros investigadores, concentra-se nos componentes bioativos do café para procurar identificar as suas diferentes propriedades antitumorais.
Numa revisão de literatura existente, publicada recentemente na revista Food Research International, os cientistas defendem que o consumo de café pode reduzir o risco de cancro ao nível do trato digestivo (oral, esofágico, gástrico e colorretal) e sobretudo do cancro do fígado.
O que é que o café tem
Bebidas derivadas de grãos de café são amplamente consumidas, tendo importância histórica, cultural e económica um pouco por todo o mundo.
Estas bebidas têm uma composição química rica e variável, que depende de diferentes fatores, nomeadamente no que diz respeito ao seu cultivo e fabrico.
Os alcaloides da cafeína e trigonelina, bem como o éster de polifenol, ácido clorogénico, são alguns dos compostos orgânicos bioativos mais importantes nestas bebidas, que se apresentam em níveis elevados no café e modulam alvos moleculares comuns diretamente envolvidos nas principais características do cancro.
Ariane Rocha, aluna de doutoramento da universidade brasileira, está atualmente em Granada a analisar se estes componentes do café são eficazes contra células cancerígenas que, devido à sua agressividade e resistência às terapêuticas convencionais, como radioterapia e quimioterapia, tornam necessária a busca por novos tratamentos preventivos e medicamentos específicos, no sentido de evitar metástases e recaídas.