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Raparigas sofrem mais com depressão do que os rapazes

sintomas de depressão

A igualdade de género não é uma realidade quando em causa está a depressão, revela um novo estudo nacional, segundo o qual a prevalência de sintomas depressivos nas raparigas aos 13 anos é duas vezes mais alta do que nos rapazes da mesma idade.

O trabalho é o resultado da tese de doutoramento de Cláudia Bulhões, investigadora da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, que contou com a participação de 2.492 pessoas da cidade do Porto, avaliadas aos 13, 17 e 21 anos. É nele que se confirma que as meninas sofrem mais do que os rapazes. 

Contas feitas, 18,8% das raparigas sofrem de sintomas depressivos aos 13 anos, um valor bem mais elevado que aqueles verificado entre os rapazes (7,6%).

E nem o envelhecimento aproxima os dois sexos. Pelo contrário: aos 17 anos, a prevalência de sintomas depressivos foi de 17,1% nas raparigas e 5,3% nos rapazes.

“Estes sintomas depressivos não acontecem de uma forma episódica, isto é, eles vão ter implicações ao longo da adolescência”, confirma a especialista, citada pelo site Notícias UP.

“Os adolescentes que tinham sintomas depressivos aos 13, a maioria apresentava também sintomas depressivos aos 17 e acabava por ter repercussões aos 21 anos.”

Um efeito que se prolonga

A avaliação feita pela especialista revela que aqueles que apresentaram, na adolescência, níveis mais elevados de sintomas depressivos, revelaram piores resultados sociais e de saúde no início da vida adulta.

Os sintomas depressivos afetaram sobretudo rapazes com história familiar de depressão e raparigas com hábitos tabágicos e cujo primeiro ciclo menstrual surgiu numa idade mais precoce.

Dados que revelam a importância do reconhecimento dos sinais e sintomas de depressão, sobretudo no início da adolescência.

“É importante criar uma ferramenta que nos auxilie na avaliação desta questão, de uma forma estruturada, ao nível das nossa consultas, identificando estes adolescentes numa fase inicial de desenvolvimento do quadro, para que, realmente, possamos desenvolver estratégias no tratamento ou orientação”, revela a investigadora.

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