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Risco de obesidade é maior para os adultos com asma

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Um estudo realizado com mais de 8.700 pessoas de 11 países europeus e da Austrália conclui que os adultos com asma têm uma maior probabilidade de se virem a tornar obesos mais tarde na vida. O trabalho, liderado pelo Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGlobal), revelou ainda que o risco é maior entre pessoas com a doença não alérgica, que vivem com o diagnóstico há mais tempo ou que estão a ser tratadas com corticosteroides.

“Vários estudos mostraram que a asma e a obesidade partilham alguns fatores de risco socioeconómicos, comportamentais e ambientais comuns que podem levar ao desenvolvimento de ambas as doenças”, esclarece Subhabrata Moitra, investigadora envolvida no trabalho. “Alguns estudos anteriores focaram-se nos mecanismos através dos quais a obesidade pode levar à asma, mas a relação inversa não recebeu muita atenção.”

Até agora, pelo menos. É que os especialistas decidiram confirmar se assim era, ou seja, se a asma pode levar à obesidade e, para isso, usaram dados de um estudo, que acompanhou os participantes em intervalos de aproximadamente 10 anos, tendo recolhido várias informações.

Entre o primeiro e o segundo acompanhamento, 14,6% dos participantes não asmáticos desenvolveram obesidade, com a percentagem a aumentar para 16,9% entre os que tinham o diagnóstico da doença. A diferença entre os dois grupos tornou-se mais óbvia quando a equipa a traduziu num risco relativo e verificou que os asmáticos tinham um risco aumentado de obesidade de 21% em comparação com os não-asmáticos.

Para as pessoas que viviam há mais tempo com a doença, o risco subiu para os 32%, risco esse que foi ainda maior entre os que tinham asma não alérgica: 47%. Já os participantes que trataram a doença respiratória com corticosteróides apresentaram risco 99% maior de obesidade, em comparação com os que fizeram outro tipo de tratamento.

“Uma possível explicação para o ganho de peso associado a esta doença respiratória podia ser a redução da atividade física nos asmáticos. No entanto, os nossos resultados não suportam esta hipótese, uma vez que os níveis de atividade física aqui não afetaram a associação observada”, afirma Judith Garcia-Aymerich, autora sénior do estudo.

“Independentemente dos mecanismos, ainda desconhecidos, os nossos resultados têm implicações para o atendimento clínico de adultos com asma.”

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