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Sete em cada 10 trabalhadores europeus falham na hidratação

risco de desidratação nos profissionais europeus

Sete em cada 10 trabalhadores europeus são afetados negativamente no seu trabalho por uma combinação de calor e falta de hidratação, o que põe em causa a produtividade e sobretudo a sua segurança, revela um artigo científico publicado recentemente.

Tem sido muita a informação, em forma de campanhas e alertas, que chama a atenção para a importância de beber água e prevenir a desidratação, sobretudo quando o calor aperta. No entanto, o que surpreendeu estes investigadores foi o facto de sete em cada 10 trabalhadores europeus tjá começarem a sua jornada de trabalho com problemas a este nível.

“A prevalência muito alta de desidratação foi uma surpresa para nós”, explica Lars Nybo, especialista da Universidade de Copenhaga, que coordena o estudo, realizado no âmbito do projeto Pan-European Heat-Shield.

“E a potencial influência sobre a função cognitiva e o desempenho motor dos trabalhadores europeus nas indústrias-chave é bastante problemática, porque aumentou significativamente o risco de cometerem erros e, portanto, ameaça a sua segurança e a produtividade.”

Concentração e capacidade de realização de tarefas em risco

Durante dois anos, o projeto Heat-Shield avaliou o estado de hidratação, no início e no final da jornada de trabalho, em cinco diferentes indústrias europeias.

O estudo incluiu 139 trabalhadores de quatro países – Dinamarca, Chipre, Grécia e Espanha -, de áreas como a indústria do alumínio, a agricultura, a polícia, o turismo e a construção civil.

A combinação entre os dados dos testes feitos à função cognitiva e motora e os da desidratação e stress térmico ocupacional revelaram que o desempenho de várias tarefas cognitivas e motoras é posto em causa em muitas profissões, uma vez que estas dependem da capacidade de os trabalhadores manterem o foco na tarefa e reagirem adequadamente aos desafios.

Para os trabalhadores agrícolas, a desidratação é um problema que se agrava durante os turnos de trabalho, mas em todas as indústrias é a incapacidade de se manterem a ingestão adequada de água que motiva desidratação leve a moderada.

E se isto, por si só, já é um problema de saúde, quando combinado com o stress térmico, influencia de forma clara a capacidade de realização de tarefas complexas.

Algo que pode influenciar a produtividade e, mais do que isso, ser uma ameaça à segurança em locais de trabalho com elevadas temperaturas ambientais.

Um problema com tendência a agravar-se

Andreas Flouris, professor da Universidade de Tessália, na Grécia, e líder dos estudos de campo realizados no sul da Europa, enfatiza que o problema pode ser ainda maior no futuro próximo.

“Isto já é um problema nas condições atuais. Num futuro com ondas de calor mais frequentes, é de extrema importância que os trabalhadores adotem melhores hábitos de hidratação e que as empresas desenvolvam estratégias efetivas de hidratação.”

Considerando que muitas tarefas ocupacionais, como o trabalho com máquinas industriais, condução, colheita, etc., dependem do estado de alerta e da capacidade de reagir apropriadamente, é cada vez mais importante informar sobre as consequências da desidratação e preveni-la.

O estudo, sugere, por isso, a criação de planos de prevenção, com estratégias de hidratação e reidratação nos locais de trabalho, para minimizar os efeitos negativos da desidratação no desempenho dos trabalhadores, quando expostos ao stress ocupacional causado pelo calor.

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