“Cerca de 65% das pessoas com deficiência visual têm 50 anos ou mais e em Portugal temos vindo a assistir a um aumento de casos de baixa visão por degenerescência macular da idade (DMI).” O alerta é de Rufino Silva, presidente da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO) que, no âmbito do Dia Mundial da Visão, que este ano se celebra a 14 de outubro, quer sensibilizar para este problema.
“A DMI é a principal causa de perda de visão acima dos 65 anos. Distorção das imagens, aparecimento de manchas – começa desta forma, que muitas pessoas acham normal devido à idade – mas pode levar à cegueira. A melhor forma de travar a doença é um diagnóstico precoce, por isso é tão importante fazer visitas regulares ao seu médico oftalmologista”, refere o especialista, que considera que “as pessoas devem preocupar-se com um estilo de vida saudável e apostar mais na prevenção – é por isso fundamental divulgar esta informação: a grande maioria das deficiências visuais podem ser evitadas e/ou tratadas”.
Além da DMI, na população portuguesa, as causas principais de cegueira e de perda de visão irreversível são a retinopatia diabética e o glaucoma. A prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento atempado são possíveis e fundamentais, tornando-se assim possível evitar essa perda de visão que é muitas vezes irreversível e com elevados custos para o doente, sua família e para a sociedade em geral.
“Pelos 40-50 anos, quando surge a presbiopia, deve consultar-se um médico oftalmologista e iniciar o despiste de glaucoma, entre outras patologias”, refere Lilianne Duarte, oftalmologista e investigadora clínica.
“Não é adequado comprar óculos de leitura e não fazer uma observação pelo médico da especialidade. Em idades mais avançadas é obrigatória a observação a cada 1 a 2 anos, para despiste de catarata, glaucoma e degenerescência macular da idade. O envelhecimento da população significa que o risco de desenvolver deficiência visual relacionada com a idade é cada vez maior por isso, nunca é demais fomentar a prevenção e a consulta regular junto de um oftalmologista.”