À medida que a esperança de vida aumenta em todo o mundo, as doenças associadas à idade, como a osteoporose, estão a ter um impacto crescente. Embora a deteção precoce possa ajudar os médicos a intervir o mais cedo possível, quando o tratamento pode oferecer um maior benefício, este tipo de deteção ainda não é realidade com os atuais testes de diagnóstico da osteoporose. Agora, um grupo de investigadores desenvolveu uma ferramenta que, com apenas uma gota de sangue, poderá vir a ajudar a identificar as pessoas com maior risco de osteoporose.
A intervenção precoce é fundamental para reduzir a morbilidade e a mortalidade associadas à osteoporose, uma doença caracterizada por um risco elevado de fraturas ósseas: segundo a Federação Internacional da Osteoporose, em todo o mundo, uma em cada três mulheres e um em cada cinco homens com mais de 50 anos sofrerá uma fratura óssea devido à osteoporose.
A técnica mais utilizada para medir as alterações na densidade mineral óssea (DMO) não é suficientemente sensível para detetar essa perda até que já tenha ocorrido uma quantidade significativa de danos. No entanto, vários estudos genómicos relataram variações genéticas conhecidas, como polimorfismos de nucleótido único (SNP), que estão associadas a um maior risco de osteoporose.
Com base nesta informação, Ciara K. O’Sullivan e os seus colegas quiseram desenvolver um dispositivo eletroquímico portátil que lhes permitisse detetar rapidamente cinco destes SNP em amostras de sangue obtidas por picada no dedo, num passo para a criação de um diagnóstico precoce.
A análise pode ser efetuada rapidamente (cerca de 15 minutos) e é de baixo custo. Além disso, como o equipamento e os reagentes são facilmente acessíveis e portáteis, os investigadores afirmam que o dispositivo oferece um grande potencial para utilização em locais de prestação de cuidados, em vez de estar limitado a um laboratório centralizado. E embora o dispositivo não diagnostique a osteoporose em si, pode ajudar os médicos a identificar as pessoas que devem ser monitorizadas mais de perto.
A tecnologia é também versátil e pode ser facilmente adaptada para detetar outras situações, como a identificação da resistência aos medicamentos na tuberculose.
