Respirar é, para a esmagadora maioria da população mundial, um risco. É que, de acordo com o relatório State of Global Air del Health Effects Institute, 95% das pessoas vivem em áreas onde a contaminação do ar está muito acima dos valores recomendados pela Organização Mundial da Saúde.
O relatório refere-se ao ar exterior, salientando as partículas inaláveis finas ou o ozono, dois dos indicadores dos níveis de poluição ambiental e que resultam das emissões da indústria, do tráfego ou das alterações climáticas, mas não deixa de fora o ar interior.
E também, neste caso, o risco global é elevado. Ao todo, um terço da população mundial respira ar poluído dentro de casa, sobretudo devido à queima de combustíveis sólidos para cozinhar e aquecer a habitação. Nestes casos, os níveis de partículas finas inaladas podem exceder até 20 vezes os valores máximos de qualidade do ar.
A poluição, exterior e interior, é responsável por 6,5 milhões de mortes prematuras por ano, sendo mesmo considerada o quarto fator principal de risco para a saúde, depois da hipertensão, uma incorreta dieta alimentar e o tabaco.
Um inimigo silencioso
Com sede em Boston, nos Estados Unidos, o Health Effects Institute combinou os dados obtidos por satélite com as medições realizadas ao nível do solo em mais de 150 países, Portugal incluído, para concluir que cerca de 2.600 milhões de pessoas estão expostas a níveis de poluição acima do máximo recomendado no interior das residências.
Um inimigo invisível, tal como é definido pela Organização Mundial da Saúde, que colocado um ênfase especial no combate à poluição, sobretudo no países em desenvolvimento.