Um novo tipo de imunoterapia para o cancro de pele avançado (melanoma) revelou resultados promissores. Três pessoas gravemente doentes são agora sobreviventes de longo prazo, revela um estudo sobre o tema, publicado na revista OncoImmunology.
“A imunoterapia é baseada na ativação da defesa imunológica do próprio corpo para eliminar as células cancerígenas e alcançou um progresso substancial, sobretudo quando o tratamento com anticorpos ativadores do sistema imunológico (inibidores de checkpoint imunológico – ICI) foi introduzido”, revela Maria Wolodarski, oncologista e investigadora do Karolinska Institutet, que realizou o trabalho.
“Isso prolonga a sobrevivência de pacientes com cancro de pele (melanoma) avançado”, acrescenta.
James Allison e Tasuko Honjo receberam o Prémio Nobel de Medicina há dois anos, pela descoberta que resultou no tratamento com ICI. No entanto, a maioria dos doentes com melanoma avançado não responde a este ou outros tipos de tratamento. Foi este grupo que a equipa decidiu tratar com uma nova combinação de dois tipos de imunoterapia.
Testes além do cancro de pele avançado
Primeiro, um tipo especial de glóbulos brancos, as células T, foi extraído do tumor do próprio doente. Esses “linfócitos infiltrantes de tumor”, células TIL, são uma parte importante da defesa imunológica do corpo contra o cancro. Os TIL foram multiplicados até 50 mil milhões de células e administrados de volta ao doente, em combinação com um fator de crescimento, a Interleucina-2.
“O que torna este estudo único em comparação com outros ensaios clínicos internacionais com células TIL é que os doentes também são tratados com várias doses de uma vacina contra o tumor, que consiste em células dendríticas, especializadas em ativar o sistema imunológico e dar às células TIL injetadas um impulso extra”, refere Stina Wickström, investigadora do Departamento de Oncologia-Patologia do Karolinska Institutet.
Das quatro pessoas gravemente doentes com melanoma maligno que receberam tratamento com esta combinação de células TIL e vacina de tumor, três responderam com remissão completa ou quase completa. Isso ocorreu apesar de o grupo não responder a outros tipos de tratamento.
Os especialistas já solicitaram a aprovação da Agência Sueca de Produtos Médicos para testar também este método em pessoas com outros tipos de cancro metastático.