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Uso de solários pode estar associado a um risco aumentado de endometriose

solários

Os solários e os banhos de sol excessivos não só aumentam o risco do desenvolvimento de melanoma, a forma mais perigosa de cancro da pele, como podem ainda estar associados a um maior perigo de endometriose, problema de saúde que afeta cerca de 10% das mulheres.

Um estudo, realizado com mais de 116.000 mulheres nos EUA e publicado na revista científica Human Reproduction, concluiu que o risco de endometriose é tanto maior quanto maior tiver sido o uso, por parte de mulheres jovens, de solários e a exposição excessiva ao sol na adolescência e no início da idade adulta.

“Investigações prévias sobre as consequências da endometriose para a saúde a longo prazo sugeriram que mulheres com endometriose correm maior risco de melanoma”, refere Leslie Farland, professora no Colégio de Saúde Pública da Universidade do Arizona (EUA) e líder do estudo.

“Embora os mecanismos exatos subjacentes à associação entre endometriose e melanoma não sejam conhecidos, vários estudos verificaram um risco maior de endometriose em mulheres que são sensíveis à luz solar, não se bronzeiam facilmente e têm cabelos ruivos, olhos claros, sardas ou elevado número de sinais. Estas associações podem refletir um fundo genético comum entre endometriose e melanoma, ou uma associação subjacente entre exposição ao sol e risco de endometriose”, acrescenta.

Associação entre solários e endometriose

Farland e os colegas de instituições norte-americanas e francesas estudaram 116.429 mulheres que integraram um estudo em 1989, quando tinham entre 25 e 42 anos.

A cada dois anos, até junho de 2015, responderam a questionários sobre o seu histórico médico e sua exposição a fatores de risco para diversas doenças crónicas, que incluíram a sua tendência para queimaduras solares, o número de sinais nas pernas e o número de queimaduras solares graves, o uso de solários na adolescência e no início da idade adulta e entre as idades dos 25 aos 35 anos.

A partir de 1993, as participantes foram também questionadas sobre se possuíam endometriose, e as suas moradas, atualizadas a cada dois anos, foram associadas a dados sobre a luz ultravioleta A e ultravioleta B do ambiente anual para a área.

Das 95.080 mulheres incluídas na análise, 4.791 foram diagnosticadas com endometriose durante o período de acompanhamento.

Depois de se ajustados os dados, descobriu-se que, em comparação com as mulheres que nunca usaram solários, aquelas que o fizeram seis ou mais vezes por ano quando eram adolescentes e adultos jovens tiveram um aumento de 19% no risco de endometriose.

O uso superior a seis ou mais vezes por ano entre os 25 e os 35 anos fazia o risco subir para 24%, risco esse ainda maior (30%) no caso do uso de solários três ou mais vezes por ano durante ambos os períodos das suas vidas.

Isso significa que cerca de cinco em cada 100 mulheres podem desenvolver endometriose se nunca tiverem usado solários na adolescência ou no início da idade adulta, mas quase sete em cada 100 desenvolveram a doença com o uso de solário nestas fases mais de três vezes por ano.

Um histórico de cinco ou mais queimaduras solares entre os 15 e os 20 anos foi também associado a um risco maior de endometriose (12%) em comparação com as mulheres que nunca sofreram este tipo de queimaduras.

Stacey Missmer, professora da Faculdade de Medicina Humana da Universidade Estadual de Michigan e do Harvard T.H. Chan School of Public Health e coautora do estudo, não tem dúvidas que se sabe “muito pouco sobre as formas de modificar o comportamento a fim de reduzir o risco de desenvolver endometriose. Ainda há muito que não entendemos sobre a relação entre a exposição solar recreativa e o risco de endometriose. No entanto, as nossas descobertas sugerem que evitar a exposição excessiva ao sol recreacional e os solários pode reduzir o risco de endometriose”.

Cuidados com o sol

Este é o primeiro estudo prospetivo que associa a exposição ao sol à endometriose, pelo que os investigadores defendem mais trabalho nesta área.

“Nos últimos 30 anos, mais pessoas foram diagnosticadas com cancro da pele do que todos os outros tipos de cancro juntos”, refere Farland.

“Do ponto de vista da saúde pública, já sabemos que as mulheres devem evitar os solários para reduzir o risco de melanoma. Este estudo reforça o conselho para evitar o seu uso e sugere que pode haver um benefício adicional na redução do risco de endometriose. As mulheres devem seguir os conselhos de saúde e não usar solários, evitar queimaduras solares e proteger a sua pele da exposição ao sol, cobrindo-se, procurando sombras e usando um protetor solar de amplo espectro UVA/UVB.”

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