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Cientistas criam nova forma de medir a pressão arterial e outros sinais vitais

pressão arterial

A medição regular da pressão arterial pode ajudar os profissionais de saúde a detetarem precocemente vários problemas, como pressão alta, que não apresenta sinais ou sintomas de alerta. No entanto, muitas coisas podem alterar uma leitura precisa da pressão arterial, incluindo o nervosismo da pessoa, causado pelo profissional de saúde, a que se chama hipertensão da bata branca. É para facilitar a vida de todos que trabalha uma equipa de cientistas, que criou uma nova forma de medição.

Investigadores da Universidade do Missouri, nos EUA, estão a personalizar um dispositivo comercial com o formato de um clipe de dedo, para fornecer uma forma rápida e não invasiva de medir e monitorizar continuamente a pressão arterial. O dispositivo pode também medir simultaneamente quatro sinais vitais adicionais: a frequência cardíaca, a saturação de oxigénio no sangue, a temperatura corporal e a frequência respiratória.

“Normalmente, calcular a pressão arterial de alguém num hospital ou clínica envolve o uso de uma braçadeira insuflável enrolada no braço, mas há três problemas com este método: pode causar danos às artérias de alguém se feito repetidamente num curto período de tempo; a pressão arterial das pessoas pode aumentar devido ao nervosismo; e pode demorar até 30 segundos a ser concluído”, explica Richard Byfield, estudante de graduação em engenharia mecânica e aeroespacial e principal autor do estudo.

“O nosso dispositivo pode registar a pressão arterial de alguém em cinco segundos, usando sensores óticos colocados na ponta do dedo, que medem a quantidade de luz refletida nos vasos sanguíneos sob a superfície da pele.”

Este processo é chamado de fotopletismografia (PPG), e o dispositivo usa dois sensores PPG localizados em dois pontos diferentes de um dedo para capturar o pulso a fim de calcular a velocidade da onda de pulso, ou quão rápido o sangue está a viajar pela corrente sanguínea.

Uma vez reunidos os dados da velocidade da onda de pulso, estes são transmitidos, sem fio, para um computador para processamento do sinal e cálculo de pressão arterial por um algoritmo.

Um teste inicial, feito com 26 participantes, forneceu uma taxa de precisão de cerca de 90% para a pressão arterial sistólica e uma taxa de precisão de 63% para a pressão arterial diastólica. Byfield refere que a taxa de precisão difere entre sistólica e diastólica porque a diastólica, que é a pressão arterial mínima de uma pessoa, pode mudar significativamente, dependendo da idade e pode também ser controlada por vários fatores, incluindo idade, rigidez da artéria, saúde geral e peso corporal.

Byfield e os colegas reconhecem ainda que existem alguns problemas para fazer com que os sensores PPG funcionem para obter essas medições, mas estão atualmente a trabalhar no desenvolvimento do dispositivo para uso doméstico, sendo o seu objetivo de longo prazo incluir potenciais aplicações clínicas e comerciais, o que pode ajudar a aliviar alguns encargos para os enfermeiros que lidam com vários dispositivos para monitorizar os sinais vitais de um paciente.

Estão ainda a trabalhar para incorporar o dispositivo na recolha de dados para estudos futuros, desenvolvendo modelos computacionais preditivos para ajudar a identificar sinais vitais que podem servir como indicadores para várias doenças humanas, incluindo COVID-19 e gripe.

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