A NASA enviou mais um carregamento para a Estação Espacial Internacional e deste fazem parte tecidos e células do coração 3D, material para duas experiências – o Cardinal Heart 2.0 e o Engineered Heart Tissues-2 -, que visam ajudar os investigadores a compreender melhor o impacto da microgravidade na saúde e doença humanas, e traduzir essa compreensão para a melhoria da saúde na Terra.
A primeira investigação do Cardeal Heart, já realizada a bordo da estação espacial, mostrou que quatro semanas de exposição à microgravidade podem causar alterações significativas no funcionamento das células do coração e na expressão genética, alterações que podem levar a problemas médicos a longo prazo.
A nova experiência, o Cardinal Heart 2.0, baseia-se nestes resultados, utilizando organoides cardíacos, estruturas 3D compostas por todos os diferentes tipos de células, para testar se os medicamentos clinicamente aprovados reduzem estas alterações induzidas pela microgravidade na função das células do coração. Os resultados poderiam ajudar ao desenvolvimento de combinações eficazes de medicamentos para melhorar a saúde não só dos astronautas, mas também dos doentes na Terra.
Mas há mais. O estudo Engineered Heart Tissues-2 continua a trabalhar com tecido muscular do coração cultivado em 3D para avaliar a função cardíaca humana na microgravidade. O trabalho anterior feito no espaço detetou alterações a nível celular e de tecidos que poderiam fornecer uma indicação precoce sobre o desenvolvimento de doenças cardíacas.
Esta investigação vai agora testar se novas terapias previnem a ocorrência destes efeitos adversos dos voos espaciais. O modelo utilizado neste estudo tem potencial de utilização no desenvolvimento de medicamentos e outras aplicações relacionadas com o diagnóstico e tratamento de disfunções cardíacas na Terra.
