Porque o cancro do pâncreas é o único cancro cuja incidência e mortalidade estão a aumentar em ambos os sexos na Europa, sendo atualmente a 3ª principal causa de morte por cancro no Velho Continente, várias organizações associadas à luta contra esta doença apresentaram um documento que aborda a urgência de fazer face a esta doença, entre as quais a Pancreatic Cancer Europe, em antecipação das Eleições para o Parlamento Europeu de 2024.
De acordo com os especialistas, um diagnóstico de cancro do pâncreas “está hoje associado a uma sentença de morte, uma vez que há muito poucos sobreviventes a longo prazo após o diagnóstico”.
O seu habitual diagnóstico tardio deve-se, defendem, à biologia agressiva e a vários desafios e limitações: “a falta de conhecimento dos seus sintomas específicos; a dificuldade de acesso ao órgão; a falta de definição das populações de alto risco; de um programa de rastreio específico; de uma política de saúde europeia segundo a qual a cirurgia só deve ser realizada em centros experientes; a falta de novos medicamentos ativos; de investimento suficiente na investigação do cancro do pâncreas; e a falta de coordenação entre os países europeus para combaterem a doença em conjunto e considerá-la a emergência sanitária que é”.
Um diagnóstico precoce poderia ajudar a reduzir a mortalidade da doença. As taxas de sobrevivência poderiam ser aumentadas através de uma melhor organização das políticas de saúde, melhorando o conhecimento sobre o comportamento da doença e, como resultado, aumentando a viabilidade do diagnóstico precoce, e identificando novos alvos e estratégias para um tratamento mais bem-sucedido.
É, por isso, que apelam “à ação daqueles que desejam contribuir para uma melhor qualidade de vida dos doentes e sobreviventes. Pretendemos garantir que os decisores políticos não se esqueçam do cancro do pâncreas, para que possam ser implementadas políticas adequadas para combater a doença”.
Plano de ação para o cancro do pâncreas
Para que tal possa acontecer, o documento identifica os principais pontos de ação a serem postos em prática no próximo mandato de cinco anos do novo Parlamento:
1) Informação acessível, atualizada e compreensível sobre a importância da deteção precoce, dirigida ao público em geral, divulgada pela comunidade europeia do cancro do pâncreas.
2) Esforços colaborativos para implementar programas de rastreio eficazes, identificar populações de alto risco e explorar novas ferramentas de diagnóstico.
3) Melhores esforços de investigação nacional em cada país europeu, para proporcionar uma melhor prevenção, diagnóstico e tratamentos do cancro do pâncreas.
4) Desenvolvimento de diretrizes europeias comuns para recolha de dados e amostras.
5) Disponibilidade de vertentes de financiamento europeias específicas para a investigação do cancro do pâncreas.
6) Centros de alto nível abertos à comunidade do cancro do pâncreas.
7) Informação clara e acessível sobre ensaios clínicos.
