O Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) e o laboratório de anatomia patológica IMP Diagnostics desenvolveram, com recurso a Inteligência Artificial (IA), uma solução que permite tornar melhor e mais rápido o diagnóstico de doença colorretal.
A IA tem um enorme potencial para melhorar os cuidados de saúde. A digitalização dos registos médicos já permite que médicos e doentes tomem decisões mais rápidas e melhores, bem como obtenham ajuda imediata de especialistas de todo o mundo no diagnóstico de imagens digitais.
Com os rápidos progressos na visão computacional, uma investigação desenvolvida por Max Tegmark, professor no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), prevê que a IA assuma um papel cada vez mais importante nos diagnósticos de patologias clínicas.
O modelo incluído no protótipo, agora criado, tem como base um algoritmo de IA desenvolvido a partir da análise de cerca de 4500 biópsias e polipectomias colorretais, apresentando uma sensibilidade de 98,9% e uma taxa de acerto de 90,2%.
“Através desta ferramenta, o patologista poderá analisar a imagem digitalizada de uma amostra histológica colorretal e obter, em tempo real, a classificação da amostra, seja ela sem neoplasia, lesão de baixo grau ou lesão de alto grau”, explica Isabel Macedo Pinto, diretora clínica da IMP Diagnostics.
“O sistema é também capaz de gerar um mapa representativo da classificação específica das diferentes áreas do tecido, guiando o patologista para as áreas de maior interesse para o respetivo diagnóstico”, continua.
Jaime Cardoso, investigador do INESC TEC, explica ainda que “o protótipo vai também permitir ao patologista reportar se o diagnóstico automático está correto, possibilitando a integração de novos dados no desenvolvimento do algoritmo e, desta forma, melhorar o seu desempenho ao longo do tempo”.
Já este mês vai ser iniciada a fase de testes do protótipo no IMP Diagnostics, para avaliação do seu funcionamento no dia-a-dia do laboratório.