São cerca de 30 as crianças e jovens com leucemia linfoblástica aguda (LLA) que se encontram em tratamento no IPO Lisboa e que, a partir de março, vão integrar um ensaio clínico promovido pelo consórcio internacional ALLTogether.
De acordo com aquela unidade de saúde, “esta é a primeira vez que um grupo tão grande de doentes pediátricos seguidos no IPO Lisboa fazem parte do mesmo estudo internacional, no qual também participam crianças e jovens dos serviços de pediatria do IPO Porto e do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. O projeto de investigação conta ainda com o envolvimento de centros pediátricos oncológicos de vários países, como a Suécia, Irlanda, Alemanha, Reino Unido ou Países Baixos”.
Além destas 30 crianças, outras tantas vão integrar o estudo, destinado a avaliar o efeito de um ou mais medicamentos para uso humano, a fim de apurar a respetiva segurança e eficácia, por ano, prevendo-se que, “até ao final do projeto de investigação sejam abrangidas 150 crianças do Instituto de um total de 300 no País inteiro”.
São vários os objetivos deste projeto, entre os quais “encontrar formas de melhorar o tratamento das crianças com LLA”, “aferir a qualidade de vida dos doentes com LLA e o impacto do tratamento, avaliar a possibilidade de redução da intensidade terapêutica e a correspondente diminuição dos efeitos tóxicos da quimioterapia – a curto e a longo prazo”.
“A LLA corresponde a 30% dos casos de cancro pediátrico diagnosticados por ano”, refere Ximo Duarte, médico do Serviço de Pediatria do IPO Lisboa, acrescentando que, “atualmente, a sobrevida de uma criança com LLA é de 90%”. No entanto, nem todas as LLA são iguais, com situações que não atingem estes valores.
A LLA é a doença oncológica mais frequente nas crianças e deve-se a uma alteração no desenvolvimento das células da medula óssea, surgindo cerca de 70 novos casos por ano em Portugal.