Desde o topo da cabeça até aos dedos dos pés, o sarcoma, um tipo de cancro pouco falado, pode crescer nos ossos, músculos, tendões, cartilagens e em qualquer tecido conjuntivo, o que faz com que seja uma doença difícil de detetar. Compreender mais sobre esta doença pode ajudar as pessoas a identificá-la precocemente. Adam C. Berger, especialista do Rutgers Cancer Institute of New Jersey, nos EUA, partilha alguns factos que considera importante.
De acordo com a Sociedade Americana de Cancro, o sarcoma, frequentemente designado por “o cancro esquecido”, representa aproximadamente 1% de todos os diagnósticos de cancro em adultos.
Existem duas grandes categorias: a primeira categoria é o sarcoma dos tecidos moles, o que significa que o cancro surge nos elementos dos tecidos moles de qualquer parte do corpo (extremidade, tórax, abdómen, etc.), tais como músculos, gordura, nervos e vasos sanguíneos; a segunda categoria é o ósseo, que é um cancro com origem no osso.
As áreas mais comuns de crescimento dos tumores de sarcoma são as pernas, os braços, o pescoço, o peito, os ombros, o abdómen e as ancas.
Estes são ainda classificados em mais de 70 subtipos, designados com base no tecido circundante, na área afetada do osso ou no tipo de células que criam o tumor.
Os tipos mais comuns de sarcoma são os dos tecidos moles, com os osteossarcomas (sarcomas ósseos) a destacarem-se enquanto o segundo tipo mais comum, sendo o tipo menos frequente os que se desenvolvem em órgãos internos, como os pulmões.
Os sintomas deste tipo de cancro variam porque estes assumem várias formas em vários locais. Por exemplo, nas suas fases iniciais, os de tecidos moles raramente apresentam outros sintomas para além de um nódulo indolor. À medida que o tumor cresce, pode ocorrer dor, dependendo do local onde o tumor está localizado ou se pressiona os nervos próximos. No caso do sarcoma do osso, a dor é o sintoma mais comum.
Os tratamentos dependem do subtipo que o doente tem e variam muito em função de uma série de outros fatores, como a localização e o tamanho do tumor, a idade do doente e se o tumor é novo ou recorrente.
Existem doenças hereditárias conhecidas, incluindo a síndrome de Li-Fraumeni, que aumentam significativamente o risco de desenvolvimento de sarcoma dos tecidos moles e ósseo, sobretudo em crianças e jovens adultos.