É um dos efeitos secundários mais angustiantes do tratamento do cancro. Acabar com a perda de cabelo que afeta estes doentes é o que pretende um grupo de cientistas, graças a uma combinação inovadora.
Investigadores da Universidade de Huddersfield, no Reino Unido, estão a trabalhar com técnicas de arrefecimento do couro cabeludo, que já se mostraram eficazes em metade de todos os casos e a combiná-las com um champô ou loção especialmente formulada, que pode ser aplicada no couro cabeludo. Tudo isto num centro criado especialmente para o efeito, o Scalp Cooling Research Center.
“É o primeiro centro de investigação multidisciplinar do mundo que se dedica ao arrefecimento do couro cabeludo e pretende levar estes estudos a outro nível”, explica o diretor-adjunto do mesmo, Nikolaos Georgopoulos, especialista em cancro no Departamento de Ciências Biológicas da referida universidade.
Quando usados durante a quimioterapia, os aparelhos arrefecem o couro cabeludo, o que reduz o risco de perda de cabelo, tendo já uma taxa de sucesso de aproximadamente 50%. E “quanto mais fresco melhor”, confirma Georgopoulos.
Aumentar a redução da perda de cabelo para os 80%
Agora, o Scalp Cooling Research Center vai trabalhar no sentido de eliminar a perda de cabelo a 100% durante a quimioterapia e uma das chaves para o fazer será o cultivo de folículos capilares em laboratório, realizado por Iain Haslam, professor de Ciências Biológicas. Tarefa que vai permitir uma análise detalhada sobre a toxicidade dos medicamentos de quimioterapia.
Em desenvolvimento, e que será em breve patenteado, está um produto natural que, quando usado em conjunto com o arrefecimento do couro cabeludo, tem o potencial de aumentar a taxa de sucesso para 80% ou até mesmo pôr fim por completo à perda de cabelo resultante do uso de alguns medicamentos.
Uma das tarefas do centro será desenvolver a melhor forma de levar esse agente aos folículos pilosos do couro cabeludo. Uma das possibilidades é em forma de champô ou loção especialmente formulada para usar imediatamente antes e durante o tratamento.
A combinação deste produto com o arrefecimento pode vir a tornar-se um procedimento padrão durante a quimioterapia, refere Georgopoulos.