O tema das alterações climáticas tem estado constantemente na ordem do dia, com o objetivo do aumento da consciencialização e para, como se costuma dizer, “correr atrás do prejuízo” no sentido de colmatar os danos já existentes. No entanto, estas mudanças não prejudicam apenas o planeta, como também o ser humano. Um estudo, com base em 854 cidades europeias, já comprovou que as temperaturas extremas podem resultar diretamente em mais de 2,3 milhões de mortes adicionais associadas à temperatura, até 2099. Para impedir esta situação, é preciso tomar medidas urgentes para baixar as emissões de carbono.
“Os nossos resultados enfatizam a necessidade urgente de mitigar as mudanças climáticas e adaptar a vida ao aumento do calor. É especialmente crítico na área do Mediterrâneo, onde as consequências podem ser terríveis, se nada for feito. No entanto, se seguirmos um caminho mais sustentável, pode evitar-se milhões de mortes”, destaca Pierre Masselot, autor principal deste trabalho.
De acordo com o estudo, Barcelona, Roma, Nápoles e Madrid são as quatro principais cidades europeias que vão registar um maior número de mortes relacionadas com as temperaturas extremas até ao final do século. Estes valores correspondem também às cidades mais populosas do Mediterrâneo, mas cidades mais pequenas também serão gravemente afetadas.
Por outro lado, nas cidades europeias longe da região do Mediterrâneo, prevê-se um impacto menos severo e nas ilhas britânicas e países escandinavos até se estima que haja uma redução nas mortes devido às mudanças climáticas. Ainda assim, tal não compensa os valores excessivos na região do sul da Europa.
Entre frio e calor extremo, o autor sénior do artigo Antonio Gasparrini destaca que “este estudo fornece evidências convincentes de que o aumento acentuado nas mortes relacionadas ao calor excederá em muito qualquer queda relacionada com o frio, resultando num aumento da mortalidade em toda a Europa”.
E acrescenta: “Estes resultados desmascaram as teorias sobre os efeitos ‘benéficos’ das alterações climáticas, frequentemente propostas em oposição a políticas vitais de mitigação que devem ser implementadas rapidamente.”
Como me devo proteger das temperaturas extremas?
Com as alterações climáticas, as temperaturas extremas vão tornar-se cada vez mais frequentes, seja valores negativos como muito elevados. Por isso, o Notícias Saúde partilha algumas sugestões para se proteger nestes dias.
Em dias de temperaturas muito elevadas, deve:
- procurar ambientes frescos;
- beber muita água ou sumos para se manter hidratado;
- evitar bebidas quentes, alcoólicas, com cafeína e ricas em açúcar;
- evitar a exposição solar nas horas de maior calor, nomeadamente entre as 11h e as 17h;
- aplicar protetor solar;
- usar roupas leves, de algodão e com cores claras;
- evitar atividades com grande esforço físico;
- fazer várias refeições leves por dia.
Já em dias com temperaturas negativas excessivas, deve:
- proteger as extremidades do corpo, com luvas, gorros e meias quentes;
- manter a pele hidratada;
- evitar banhos com água muito quente, porque remove a camada protetora da pele;
- comer sopas e refeições quentes;
- beber chá quente;
- evitar o consumo de álcool, já que acelera a perda de calor e arrefecimento do corpo;
- manter a atividade física, mas em espaços fechados como em casa ou no ginásio.