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Maior envolvimento das pessoas com VIH essencial para diminuir transmissão

Campanha VIH

Mais de metade (56%) das pessoas que vivem com VIH não estão totalmente satisfeitas com a sua medicação atual, mas 88% afirmam que o seu envolvimento com o profissional de saúde melhora significativamente a satisfação com o tratamento. Dados que revelam que a comunicação aberta e contínua entre utentes e profissionais é determinante para garantir a adesão terapêutica, um fator essencial para diminuir a transmissão do VIH e que lançam o mote para uma campanha que visa aumentar o conhecimento.

Para apoiar a comunicação entre profissionais de saúde e pessoas que vivem com VIH, o GAT, a Ser+, a AHSeAS, a Liga Portuguesa Contra a SIDA, a Positivo e a Abraço, com o apoio da ViiV, uniram-se para o lançamento de uma campanha intitulada “Saber é Poder”, que conta com um guia de conversação, que pode ser descarregado aqui, que ajuda a identificar as necessidades e preferências individuais de cada pessoa e a promover uma gestão mais personalizada e informada do tratamento.

O problema dos diagnósticos tardios

Graças aos avanços científicos, é hoje possível viver com VIH de forma saudável e sem risco de transmissão. As terapêuticas antirretrovirais (TAR) permitem reduzir a carga viral até níveis indetetáveis, tornando o vírus clinicamente inativo e intransmissível (“indetetável = intransmissível”), o que representa um marco transformador na luta contra o VIH, não apenas em termos clínicos, mas também sociais, contribuindo para reduzir o estigma associado à infeção.

Contudo, Portugal continua a apresentar uma diminuição lenta do número de novos casos diagnosticados de VIH, mantendo-se muito acima da média europeia, com a taxa de novas infeções a fixar-se no dobro da média registada na União Europeia. A situação é especialmente preocupante no concelho de Lisboa, onde se chega a esperar mais de um ano para uma primeira consulta hospitalar para a prevenção do VIH, também conhecido como consulta de PrEP- profilaxia pré-exposição, quando este acesso deveria ser garantido em 30 dias.

Atualmente, cerca de 55% dos diagnósticos continuam a ser tardios, e um em cada cinco já é feito em fase de SIDA. Estes dados mostram, por isso, a necessidade de reforçar o rastreio e a testagem, e a sensibilização da população para estes, com o objetivo de detetar precocemente a infeção e iniciar o tratamento, evitando novas transmissões.

Nos últimos anos, o tratamento e acompanhamento das pessoas com VIH têm vindo a descentralizar-se e a aproximar-se dos cuidados de proximidade, com enfermeiros, médicos de família e farmácias comunitárias a assumirem um papel cada vez mais relevante no apoio às pessoas que vivem com esta infeção e na promoção da sua prevenção.

Crédito imagem: DR

VIH
Saber é Poder

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