A lista de benefícios da dieta mediterrânica, confirmados pela ciência, já vai longa. Mas estes chegam agora à saúde visual, com um novo estudo a associar o que comemos ao risco de degenerescência macular da idade (DMI), uma das principais causas de cegueira nos países mais desenvolvidos, como Portugal.
Peixe, legumes, fruta, leguminosas e azeite são as estrelas desta dieta, que vários estudos já associaram a uma maior longevidade e uma menor incidência de doenças cardíacas e declínio cognitivo.
Agora, este trabalho, publicado na revista da Academia Americana de Oftalmologia, junta-se aos anteriores, e confirma que o que comemos pode também ajudar a proteger a saúde visual, tendo mesmo o potencial para prevenir uma doença que pode resultar na cegueira.
Doença conduz a cegueira
A DMI é uma doença ocular degenerativa, que causa perda de visão central, essencial para a realização de atividades do dia a dia simples, como a capacidade de ver rostos, conduzir, ler e escrever. É uma das principais causas de perda de visão entre pessoas com 50 ou mais anos, afetando qualquer coisa como 300 mil portugueses.
O estudo, que avaliou o risco da doença em europeus com mais de 55 anos, confirmou que, isoladamente, os alimentos que compõem a dieta mediterrânica não reduzem o risco de DMI. O que o consegue é a combinação de todos eles, numa dieta que é bem conhecida.
“Nós somos o que comemos”, confirma Emily Chew, porta-voz clínica da Academia Americana de Oftalmologia e consultora do estudo, para quem “esta é uma questão de saúde pública que tem a mesma escala que fumar”.
“Doenças crónicas como a DMI, demência, obesidade e diabetes, têm todas raízes em maus hábitos alimentares.”