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A insónia crónica pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares

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A insónia crónica, que afeta aproximadamente 10% da população mundial, é muito mais do que uma simples dificuldade em dormir. Além do impacto imediato na qualidade do sono e no bem-estar geral, está também associada a vários problemas de saúde, como perturbações metabólicas (obesidade, diabetes) e perturbações mentais (ansiedade, depressão), uma associação que confirma a necessidade urgente de compreender melhor este problema e desenvolver intervenções eficazes.

Segundo um estudo recente, publicado na revista Sleep Medicine da Elsevier, que contou com a participação da Universidade Politécnica de Madrid (UPM), este passado do sono está fortemente associado a um aumento no risco de doenças cardiovasculares devido a uma grande atividade do sistema nervoso simpático durante o sono, o que sugere a importância de encontrar estratégias de tratamento da insónia, incluindo intervenções mais abrangentes e preventivas.

Investigadores de diferentes instituições, entre as quais a UPM, a Universidade Complutense de Madrid, o Hospital Universitário de La Princesa de Madrid analisaram o sono de doentes com insónia crónica, comparando os resultados com um grupo de controlo de pessoas sem problemas de sono.

Os resultados foram reveladores: encontraram uma diferença na atividade do sistema nervoso simpático entre os dois grupos, sendo significativamente maior nos que sofrem deste problema. Esta atividade nervosa excessiva manifesta-se através de uma maior temperatura cutânea e de uma sudação aumentada, fatores que podem explicar a ligação entre a insónia e o risco de desenvolvimento de problemas cardiovasculares.

E mostram a importância de abordar a insónia não só como um stress associado ao sono, mas também como um fator de risco para problemas cardiovasculares. “Este conhecimento pode ter um impacto na saúde pública, destacando a necessidade de uma maior consciência e cuidados médicos para o tratamento da insónia”, refere Rybel Ramos, autor e médico do Hospital de La Princesa.

“Os resultados sugerem que os doentes com insónia têm uma atividade importante durante o sono, sobretudo durante o sono REM, e menos pronunciada durante a fase mais profunda do sono.” Estas diferenças podem explicar o maior risco de problemas cardiovasculares em doentes com insónia.

Estes dados sublinham a importância de encontrar estratégias de tratamento para a insónia. Além de melhorar a qualidade do sono, é fundamental reconhecer a insónia como um fator de risco para doenças crónicas, como as cardiovasculares, uma perspetiva que abre portas para intervenções mais integrais e preventivas, melhorando tanto a qualidade de vida dos doentes no curto prazo, como a sua saúde geral.

Crédito imagem: Pexels

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