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Metas globais para redução das doenças cardiovasculares muito aquém do cumprimento

doenças cardiovasculares

As doenças cardiovasculares continuam a ser a principal causa de mortalidade na Europa, e as metas traçadas para estas doenças pela Organização Mundial da Saúde (OMS) não vão ser alcançadas até 2025, a não ser que sejam tomadas medidas urgentes. Esta é a conclusão de um relatório da Sociedade Europeia de Cardiologia.

‘Cardiovascular Realities 2020’ reúne as estatísticas mais recentes sobre doenças cardiovasculares na Europa, fornecendo números de pessoas com problemas cardíacos, taxas de mortalidade e níveis de fatores de risco, incluindo obesidade, diabetes e hipertensão.

As comparações de dados ao longo do tempo mostram tendências alarmantes que sugerem ser improvável que as metas de doenças não transmissíveis da OMS para a saúde cardiovascular global sejam alcançadas.

Hans Henri Kluge, Diretor Regional da OMS para a Europa não tem dúvidas: “Não podemos ser complacentes”, diz.

“A interrupção dos cuidados de saúde durante a COVID-19 destacou a importância de manter os serviços para prevenir e tratar doenças cardiovasculares. O acesso a medicamentos e tecnologias essenciais para doenças cardiovasculares varia amplamente na Europa e é necessário mais trabalho para alcançar a cobertura universal de saúde.”

Metas longe de serem atingidas

O relatório mostra que nos países mais ricos da Europa, as doenças cardiovasculares são responsáveis ​​por 47% e 39% de todas as mortes em mulheres e homens, respetivamente.

Do lado da OMS, pediu-se uma redução relativa de 25% na mortalidade prematura por doenças cardiovasculares, mas nos países de rendimentos médios, as taxas caíram apenas 8% nas mulheres e 2% nos homens, o que torna improvável que a meta seja alcançada.

Os principais fatores de risco para as doenças cardiovasculares, incluindo obesidade e diabetes, estão a tornar-se mais prevalentes.

Mais de um em cada cinco europeus adultos são obesos, tendo a prevalência deste problema, entre 2010 a 2016, aumentado de 20,4% para 22,8% nas mulheres e de 19,2% para 22,3% nos homens – e a menos que essas tendências sejam revertidas, a meta não será alcançada.

Ao mesmo tempo, a prevalência mediana da diabetes aumentou de 3,2% em 2010 para 4,2% em 2015 – um aumento de 28,5%. Os países com rendimentos médios foram os que mais sofreram: aqui, a prevalência da diabetes aumentou 37%, estatísticas que tornam improvável, uma vez mais, o cumprimento da meta da OMS.

Para a hipertensão, que é a principal causa global de morte prematura, sendo responsável por quase 10 milhões de mortes em 2015, a OMS pediu uma redução relativa de 25% na pressão alta, mas a realidade ficou aquém dos desejos.

Agir agora para travar doenças cardiovasculares

Os especialistas consideram que, apesar da imensa carga de doenças cardiovasculares, estas não recebem a atenção que os tomadores de decisão dão a outras doenças. 

O presidente da Sociedade Europeia de Cardiologia, Stephan Achenbach, considera que “as melhorias no tratamento e gestão de doenças cardíacas e AVC estão a ser compensadas por uma população crescente e envelhecida, juntamente com o agravamento das epidemias de obesidade e diabetes tipo 2. Devemos garantir que todos tenham acesso a cuidados cardiovasculares orientados por diretrizes e, o mais importante, tratamento aos estilos de vida pouco saudáveis, incluindo dieta pobre e falta de atividade física”.

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