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Portugueses assumem falta de cuidado com os ouvidos

Barulho de obras na rua afetam os ouvidos

Conhecem as maleitas que podem afetar os ouvidos. Associam a dificuldade de audição a problemas depressivos e de autoestima. Mas nem por isso os portugueses apostam no cuidado com a sua saúde auditiva. São os números de um estudo realizado em sete distritos do país que o confirmam.

Ao todo, mais de sete em cada dez portugueses (75%) apenas consultam um especialista quando existe um problema e quase cinco em cada dez nunca fizeram uma revisão aos ouvidos, nem mesmo junto do médico de família.

O I Estudo de Hábitos de Tratamento Auditivo, realizado junto de duas mil pessoas e divulgado pela GAES, revela que é o desconforto, as dores de ouvidos, infeções e otites que mais levam os inquiridos ao médico, com três em cada dez pessoas a reconhecerem não ouvir bem.

De resto, o pouco cuidado com os ouvidos é assumido pela esmagadora maioria (87%), que defende, no entanto, a higiene auditiva, ainda que 12% considerem que não deve, de todo, existir.

Do lado dos apoiantes da limpeza, são os cotonetes os eleitos como o método preferido de limpeza (46%), aos quais se junta o papel (25%) e a água (11%). Limpeza regular dos ouvidos junto de um médico ou enfermeiro é a escolha de uma minoria (6%).

Sons relaxantes vs sons enervantes

É consensual: os sons da natureza são os que mais relaxam a população. Seja o barulho do mar (recolhe 83% das preferências) ou da montanha (51%), não há muitas dúvidas sobre o que os portugueses gostam. No entanto, no top três das preferências entra ainda o silêncio (com 39% de adeptos).

O consenso impera também no que diz respeito aos sons mais enervantes: o barulho das obras, sejam as de rua (59%) ou as da autoria dos vizinhos (55%), e ainda o trânsito (44%). Barulho que tem mesmo impacto no estado de ânimo dos inquiridos: cerca de em cada três (35,1%) é afetado pelo som.

Ainda que o som seja a companhia preferida para a realização de muitas atividades, como as domésticas (89%), cozinhar (84%), praticar desporto (80%), trabalhar (70%) ou comer (69%), este volta a ser de ouro quando se trata de dormir (89%), ler (81%), estudar (65%) e relaxar (54%).

Ouvir música é uma das atividades que os portugueses admitem fazer com um volume mais elevado, algo partilhado sobretudo pelos mais jovens: quatro em cada dez inquiridos com idades entre os 18 e os 24 anos reconhecem ouvir música com um volume acima da média.

Outros números sobre a saúde dos ouvidos:

  •       61,4% da população acorda com o som do despertador;
  •       26,5% consideram a sua cidade barulhenta;
  •       65% rejeitam um restaurante ou estabelecimento se este tiver a música excessivamente alta;
  •       72,8% consideram que os brinquedos das crianças emitem demasiado ruído;
  •       39,3% consideram que em Portugal se fala demasiado alto;
  •       Apenas 11% usam protetores auriculares, sobretudo no trabalho;
  •       27% consideram que trabalham num ambiente barulhento;
  •       64% têm dificuldade de concentração quando há ruído em redor, sobretudo as mulheres (69%);
  •       55% estudam/trabalham com música;
  •       79% da população já sentiram os ouvidos a apitar e 5,2% sentem-no constantemente;
  •       46% não têm dúvidas em responder de forma afirmativa quando questionados sobre se, em caso de necessidade, estariam dispostos a usar um aparelho auditivo; 11% admitem que tentariam evitá-lo sempre que possível, sobretudo homens (14%).
Ficha técnica:

Universo objeto de estudo: Homens e mulheres com idades entre 18 e 74 anos; dois mil indivíduos, distribuídos por quotas de sexo, idade e distrito. Apresentam-se as variáveis naqueles casos estatisticamente significativos e cujos resultados lançam dados de interesse. Base estatisticamente representativa para os seguintes distritos: Aveiro, Braga, Coimbra, Lisboa, Porto, Setúbal e Viseu. Inquérito autoadministrado através de painel online

Erro da amostra: ± 2,2% para a amostra com um nível de confiança de 95% e um p=q=0,5.

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