O cancro da mama é um dos mais comuns entre as mulheres, e o tabagismo está associado a uma maior incidência de disseminação deste tumor, ou de metástases, reduzindo a taxa de sobrevivência em 33% no momento do diagnóstico.
Embora a associação entre tabagismo e cancro seja bem conhecida, o papel da nicotina, um produto químico não cancerígeno encontrado no tabaco, o que se passa ao nível das metástases do cancro da mama encontradas pulmão é uma área onde e preciso estudar mais.
Agora, num estudo publicado na revista Nature Communications, os cientistas da Wake Forest School of Medicine descobriram que a nicotina promove a disseminação das células do cancro da mama para os pulmões.
“Os nossos dados mostram que a exposição à nicotina cria um ambiente nos pulmões propício para o crescimento metastático”, afirma Kounosuke Watabe, principal autor do estudo e professor de biologia do cancro na Wake Forest School of Medicine.
Esse ambiente é denominado nicho pré-metastático, que atrai neutrófilos pró-tumorais, um tipo de células imunológicas. O nicho liberta uma proteína que induz o crescimento de metástases.
Para o estudo, a equipa de Watabe avaliou 1.077 pessoas com cancro da mama e descobriu que fumadores atuais ou ex-fumadores têm uma incidência maior de metástases pulmonares em comparação com aqueles que nunca fumaram.
Então, usando um modelo animal, verificaram que a exposição persistente à nicotina gera um microambiente inflamatório nos pulmões.
Mesmo depois de deixar de fumar durante 30 dias, a incidência de metástases à distância não foi reduzida, sugerindo um risco contínuo para para os doentes com cancro da mama que são ex-fumadores.
“Com base nas nossas descobertas, os doentes com cancro da mama devem optar por programas de cessação tabágica que não usem produtos de reposição com nicotina”, reforça Watabe.