
Os avisos têm sido constantes: as crianças transportam demasiado peso nas mochilas, um problema que afeta os portugueses e não só. Agora, um grupo de cientistas da Universidade de Granada (Espanha) e da Liverpool John Moores University (Reino Unido) calculou, pela primeira vez, qual o peso máximo que uma criança deve transportar na mochila.
Os números são claros: se se tratar de um mochila transportada às costas, esta não deve ultrapassar 10% do peso corporal dos mais pequenos. Caso se trate de uma mochila com rodas, a percentagem sobe para os 20%.
Num artigo publicado na revista Applied Ergonomics, os investigadores definiram os valores de peso máximo não só para as mochilas, mas também para as mochilas com rodas, algo que ainda não tinha sido feito.
Peso nas mochilas com e sem rodas
Neste estudo, foram avaliados 49 crianças quanto à postura do tronco e membros inferiores durante uma caminhada sem peso, com uma mochila ou a empurrar uma mochila com rodas com diferentes cargas: 10, 15 e 20% do seu peso corporal.
Para a análise, foi utilizado um sistema de captura de movimento ótico tridimensional, semelhante aos usados em filmes de animação e jogos de vídeo, assim como técnicas estatísticas.
Uma avaliação que permitiu concluir que os maiores ajustes feitos quando as crianças usam as mochilas com rodas ocorrem nas extremidades proximais, ou seja, na anca e no tronco. Ainda assim, o uso desta forma de transporte para os livros e cadernos é mais parecido com a locomoção da criança sem carga, em comparação com o uso da mochila.
Finalmente e como conclusão geral, os especialistas confirmam que as mochilas escolares não devem ser usadas quando o peso transportado é superior a 10% do peso corporal de que faz esse transporte, chegando aos 20% para quem usa as mochilas com rodas.