Com a mudança para o horário de inverno e a chegada do frio, muitas pessoas são afetadas pelo transtorno afetivo sazonal, também conhecido como depressão sazonal. Os efeitos físicos e mentais podem dificultar a superação dos meses de inverno, mas ter as ferramentas certas pode fazer toda a diferença, afirma Stephanie Marcello, psicóloga da Rutgers University Behavioral Health Care.
“Quando os dias ficam mais curtos e a temperatura desce, algumas pessoas podem apresentar sintomas que vão além da comum ‘melancolia de inverno’ e assemelham-se mais a uma depressão sazonal”, refere a especialista, que confirma que o transtorno afetivo sazonal “é um tipo de depressão que segue um padrão sazonal, ocorrendo mais comummente no inverno, embora algumas pessoas o experimentem no verão”.
Trata-se de uma forma de depressão que ocorre sazonalmente, “tipicamente nos meses de inverno, e diminui durante o resto do ano”, com sintomas “semelhantes aos da depressão, variando em gravidade e intensidade. Alguns sintomas incluem fadiga, tristeza durante a maior parte do dia, problemas de sono (incluindo sono excessivo), comer em excesso, aumento ou perda de peso, sensação de desesperança e perda de interesse pelos amigos e atividades que a pessoa normalmente apreciava”.
Sintomas que podem ser, para alguns, “bastante incapacitantes”, confirma a médica. “Por vezes, as pessoas podem ter pensamentos suicidas. O indivíduo pode perceber que se sente muito diferente de como se sente noutras estações do ano. Os profissionais diferenciam entre depressão e o transtorno afetivo sazonal avaliando se existe remissão destes sintomas nos meses de primavera e verão. Se apresentar estes sintomas há mais de dois invernos, pode ser interessante procurar avaliação”.
O alívio dos sintomas
Uma vez que a falta de exposição solar é um dos fatores que provoca o transtorno afetivo sazonal, “apanhar o máximo de sol possível pode aliviar os sintomas. Sempre que possível, tente sair durante o dia e expor-se ao sol. A luz solar, mesmo em pequenas doses, pode ajudar a aumentar a serotonina e a melhorar o humor. Fazer uma curta caminhada ou mesmo sentar-se perto da luz natural em casa ou no trabalho pode ser útil”.
Outras formas simples de combater os efeitos deste transtorno passam, segundo a especialista, por “sair de casa, contactar amigos e familiares, juntar-se a um grupo de apoio, seguir uma dieta adequada (os sintomas podem aumentar o desejo por doces e hidratos de carbono simples), consumir alimentos ricos em ómega-3, aprender técnicas de relaxamento, fazer coisas que adora e aprecia, mesmo quando não lhe apetece. É muito importante falar com amigos e familiares se estiver a sentir algum destes sintomas e procurar ajuda profissional quando necessário”.
Os antidepressivos podem ajudar a reduzir os sintomas, refere a médica, que alerta para a importância de falar com o médico “para determinar se são adequados. Envolver-se em atividades prazerosas ou significativas, mesmo quando a energia está baixa, pode ‘enganar’ o cérebro para libertar substâncias químicas que melhoram o humor, como a dopamina e a serotonina. As práticas mente-corpo, como o ioga, o mindfulness e a meditação, também reduzem o stress e melhoram o equilíbrio emocional. Sair de casa, manter-se ativo, dormir bem e consumir alimentos ricos em nutrientes também podem ajudar a regular o humor. Por favor, não sofra em silêncio, procure ajuda. Existem tratamentos muito eficazes disponíveis para a transtorno afetivo sazonal”.















