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Fogo, calor e substâncias quentes fizeram quase nove milhões de feridos no mundo

substâncias quentes

Incidentes relacionados com o fogo, calor e substâncias quentes provocaram quase nove milhões de feridos e mais de 120.000 mortes em todo o mundo em 2017, revela um relatório sobre o tema.

Incêndios, calor e substâncias quentes, como óleo de cozinha ou fogão, matam desproporcionalmente crianças e idosos, referem os dados do trabalho realizado pelo Institute for Health Metrics and Evaluation da University of Washington School of Medicine.

“A prevenção deve ser a primeira prioridade na redução do número intolerável de lesões e mortes”, refere Spencer James, autor sénior do estudo e cientista líder da investigação.

“Sobretudo porque o tratamento para queimaduras e ferimentos continua a ser relativamente caro e requer serviços de saúde robustos, que geralmente não estão disponíveis em países de rendimentos mais baixos.”

Seychelles lideram lista negra

Os especialistas descobriram que o risco de morte por incêndio, calor ou queimaduras provocadas por substâncias quentes é maior nas Seychelles, onde uma em cada 15 lesões resulta em morte, seguindo-se Laos, que vem logo em seguida (uma em 17).

Já Singapura apresenta o menor risco entre todos os 195 países analisados, com uma em cada 1.000 lesões a terem como resultado a morte.

Os EUA surgem em quarto lugar no ranking mundial de mortes relacionadas com o fogo, com mais de 5.500 em 2017.

O perigo das substâncias quentes

Publicado na revista médica internacional BMJ Injury Prevention, o estudo é o primeiro do seu tipo a quantificar a totalidade dos ferimentos resultantes de fogo, calor e substâncias quentes, não apenas queimaduras. Outras lesões analisadas pelos investigadores incluem amputações, feridas abertas, lesões nos músculos e tendões e fraturas.

A nível geral, os investigadores observaram uma redução geral da carga de lesões relacionadas com o calor entre 1990 e 2017: as taxas globais de mortalidade e invalidez caíram 47% e 24%, respetivamente, provavelmente devido a melhorias na segurança, risco de incêndio, consciencialização e maior acesso a cuidados de saúde de qualidade.

No entanto, as lesões relacionadas com o fogo continuam a representar um grande fardo nos países mais pobres.

Oito países foram responsáveis ​​por metade de todas as mortes relacionadas com o calor em 2017: Índia (27.027 mortes), China (10.836), Rússia (7.063), Estados Unidos (5.505), Nigéria (4.085), Paquistão (2.603), República Democrática do Congo (2.093) e Etiópia (2.013).

“É imperativo que os formuladores de políticas de saúde estudem estes padrões para ajudar a melhorar os esforços de segurança, programas de prevenção e planeamento de recursos”, refere James. “Mas são ainda necessárias mais investigações sobre tabagismo, tipos de combustível para cozinhar, eficácia do alarme de fumaça, roupas sintéticas e outros fatores que levam a esses ferimentos.”

Crianças e idosos em risco

Em todo o mundo, contaram-se 8.991.468 de novas lesões motivadas por incêndio, calor e substâncias quentes em 2017, das quais 120.632 resultaram em morte.

Crianças com menos de cinco anos e adultos com mais de 60 representam a maior percentagem de vítimas mortais por fogo, calor e substâncias quentes, mas a maior taxa de lesões ocorre entre os cinco e os 30 anos.

A principal causa de incapacidade para as vítimas foram as queimaduras que afetavam menos de 20% do corpo.

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