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Neurocirurgião italiano faz um ‘Elogio da Lentidão’ do cérebro

rapidez

Quem disse que os processos mentais têm que acompanhar a rapidez dos dias de hoje? E de nada adianta argumentar com o telemóvel a tocar sem parar, com os emails a exigirem uma resposta rápida e com o facto de estarmos constantemente ligados. Esses não são, pelo menos para Lamberto Maffei, neurocirurgião e cientista italiano, justificações convincentes. E é na sua obra mais recente, que agora chega a Portugal, que procura desmistificar o mito da velocidade, relembrando que o cérebro – tanto hoje como no passado – exige um processo mental lento.

Editado pelas Edições 70, o Elogio da Lentidão recorda que o cérebro sempre permitiu reações rápidas e automáticas, facilitando-nos a sobrevivência. Mas a verdade é que constitui também um mecanismo sofisticado, capaz de produzir reflexões que, para serem verdadeiramente elaboradas, exigem um processo mental lento.

De acordo com o autor, o pensamento lento é um pensamento pesado, que carrega consigo o peso da memória, o peso da dúvida e o peso da incerteza do raciocínio.

E ainda que sejamos forçados a um dinamismo cada vez mais frenético, resultado dos avanços tecnológicos dos últimos anos, difíceis de acompanhar, isso não muda a forma de funcionamento do cérebro.

Especialista com provas dadas

Lamberto Maffei dirigiu o Instituto de Neurociência de CNR e o Laboratório de Neurobiologia da Escola Normal Superior de Pisa, instituição onde foi professor emérito de Neurobiologia. Foi presidente da Accademia Nazionale dei Lincei. Recebeu inúmeros prémios e distinções na área da medicina.

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