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Medicina Personalizada nas doenças respiratórias melhora a eficácia e reduz efeitos indesejados

medicina personalizada nas doenças respiratórias

A definição de doença até pode ser só uma, mas o impacto que esta tem é diferente consoante os doentes. E é essa especificidade a que a medicina personalizada quer dar resposta, chegando a cada vez mais áreas, como é o caso das doenças respiratórias.

“Quando falamos, aqui, de medicina personalizada, falamos sobre o que de facto é uma determinada doença respiratória numa pessoa específica”, refere Alfredo Martins, coordenador do Núcleo de Estudos de Doenças Respiratórias (NEDResp) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna.

O que significa que a asma pode não ser apenas uma doença mas várias, “com sintomas clínicos semelhantes e com diferenças significativas ao nível molecular. Se assim for, estas diferentes asmas tratam-se da mesma forma?”

Este tema, e as questões que suscita, vai ser alvo de um debate na 1ª Reunião do NEDResp, que escolheu o tema da Medicina Personalizada nas Doenças Respiratórias.

“Tratar mais ‘doentes’ e menos ‘doenças'”

Um assunto que está na ordem do dia e que, explica Alfredo Martins, significa falar “de diagnósticos e tratamentos que pretendemos o mais personalizados possível. Para isso, podemos ter que pensar fora dos diagnósticos clássicos. Definir a doença num determinado doente pela sua expressão clínica, que pode não se limitar a sintomas respiratórios, pelas suas características moleculares, pela sua relação com outras doenças”.

Por cá, o especialista não tem dúvidas que o tratamento dos doentes sempre foi personalizado. “Os diagnósticos e tratamentos são efetuados e planeados para o doente em causa. O médico trabalhava com um determinado doente, procurando critérios para fixar um diagnóstico (rótulo) a esse doente. Depois, planeava o tratamento de acordo com o diagnóstico”.

No entanto, o conceito evoluiu “no sentido de dar prioridade à definição dum plano de tratamento mais específico, procurando em cada doente ‘características tratáveis’. Assim, trataremos mais ‘doentes’ e menos ‘doenças’ e, ajustando a intervenção terapêutica às necessidades clínicas do doente específico, melhoramos a eficácia e reduzimos os efeitos indesejáveis do tratamento”.

No caso das doenças respiratórias, o especialista considera que se estão “a dar os primeiros passos neste sentido, não só em Portugal mas no mundo em geral”.

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