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Falta acesso equitativo à prevenção e ao tratamento das doenças respiratórias

doenças respiratórias

O Forum of International Respiratory Societies (FIRS) apela aos governos e aos prestadores de cuidados de saúde de todo o mundo para que proporcionem um acesso equitativo aos serviços preventivos e aos tratamentos das doenças respiratórias, bem como às vacinas contra a pneumonia que salvam vidas nas crianças.

A propósito do Dia Mundial do Pulmão, que se assinalou a 25 de setembro e cujo tema foi “Acesso à prevenção e ao tratamento para todos. Não deixar ninguém para trás”, o Forum considera este compromisso especialmente crucial dado que 80% das mortes relacionadas com doenças não transmissíveis ocorrem em países com menores rendimentos, um fardo para a saúde que poderia ser evitado através da implementação de intervenções eficazes em termos de custos, como a vacinação contra a pneumonia e a melhoria do acesso a serviços preventivos e a medicamentos inalados.

“O desafio para a saúde respiratória, sobretudo nestes países, é evidente”, alerta a presidente da American Thoracic Society, M. Patricia Rivera. “Há uma clara falta de igualdade de acesso a medidas preventivas, como a cessação do tabagismo e terapias inalatórias eficazes para gerir a asma e a DPOC.”

“A disponibilidade de terapias inalatórias está longe do objetivo de atingir 80% de disponibilidade de medicamentos essenciais para combater as doenças não transmissíveis, incluindo a asma, a doença pulmonar obstrutiva crónica e o cancro do pulmão. Além disso, a equidade no acesso aos cuidados de saúde é essencial para as infeções respiratórias, incluindo a tuberculose. Através de um acesso equitativo à deteção precoce, o tratamento pode começar o mais cedo possível, reduzindo efetivamente o peso das infeções respiratórias e das doenças respiratórias não transmissíveis na saúde”, acrescenta.

O FIRS identificou três áreas fundamentais para combater as desigualdades na luta contra as doenças respiratórias: melhorar o acesso a serviços preventivos e a tratamentos para deixar de fumar, expandir o acesso a terapias de inalação e reforçar o acesso a vacinas eficazes contra a pneumonia para crianças. Aqui, apesar dos progressos a nível mundial no acesso à vacina contra a pneumonia, 40% das crianças continuam a ser deixadas para trás.

Acesso a serviços preventivos e a tratamentos para deixar de fumar

Fumar é a principal causa de doenças respiratórias, incluindo a doença pulmonar obstrutiva crónica, o cancro do pulmão e a asma, e aumenta o risco de infeções respiratórias, como a pneumonia e a tuberculose.

Um aliado das doenças respiratórias

A exposição ao fumo do tabaco prejudica as crianças mesmo antes do nascimento e uma redução a esta exposição ajuda a melhorar a saúde pulmonar das crianças a longo prazo, acrescentando-se ainda o facto de as intervenções educativas, de aconselhamento e farmacológicas para deixar de fumar serem eficazes, devendo, por isso, estar disponíveis para todas as pessoas que fumam.

No que diz respeito aos medicamentos inalados, eficazes e essenciais para o tratamento da asma e da DPOC, estes estão frequentemente indisponíveis e inacessíveis em muitos países, sendo necessária uma ação global urgente para atingir o objetivo da OMS de 80% de disponibilidade de medicamentos essenciais para tratar as principais doenças não transmissíveis, entre as quais as doenças respiratórias.

Tendo em conta que a pneumonia é a principal causa de morte por infeção em crianças em todo o mundo, a prevenção desta e de outras doenças respiratórias é essencial. As vacinas são extremamente importantes para prevenir casos bacterianos e virais de pneumonia, reduzindo a doença, a morte e as despesas nacionais com os cuidados de saúde, devendo ser uma prioridade para todas as crianças e adultos.

O acesso às novas vacinas, sobretudo à vacina pneumocócica conjugada, deve ser reforçado, defendem os especialistas, uma vez que 40% dos bebés ainda não estão a tomar esta vacina que, na sua cobertura total, pode evitar a morte de 1,6 milhões de crianças com menos de cinco anos até 2030.

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