O número de pessoas com fome no mundo está a aumentar. Em 2017, eram 821 milhões, ou seja, uma em cada nove pessoas, de acordo com um relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), que alerta para os poucos progressos feitos no tratamento das várias formas de desnutrição, que colocam em risco a saúde de centenas de milhões de pessoas.
Nos últimos três anos, este aumento do número dos que passam fome tem vindo a aumentar, regressando aos níveis de há uma década. Uma reversão que, segundo a OMS, é um aviso de que mais tem de ser feito e urgentemente para atingir o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) do Fome Zero até 2030.
“Sinais alarmantes” exigem resposta urgente
De acordo com o relatório anual da ONU, as alterações climáticas, que afetam os padrões de chuvas e as temporadas agrícolas, as secas e inundações, estão entre os principais responsáveis pelo aumento da fome, juntamente com os conflitos e a desaceleração económica.
“Os sinais alarmantes de aumento da insegurança alimentar e altos níveis de diferentes formas de desnutrição são um aviso claro de que há um trabalho considerável a ser feito para garantir que não deixemos ninguém para trás no caminho para alcançar as metas do ODS sobre segurança alimentar e melhor nutrição”, refere o relatório.
“Se quisermos alcançar um mundo sem fome e desnutrição em todas as suas formas até 2030, é imperativo acelerar e ampliar as ações para fortalecer a resiliência e capacidade de adaptação dos sistemas alimentares e meios de subsistência das pessoas.”
Números da anemia a crescer
O relatório descreve como “vergonhoso” o fato de uma em cada três mulheres em idade reprodutiva ser afetada globalmente pela anemia, que tem consequências significativas para a saúde e o desenvolvimento das mulheres e dos seus filhos.
Nenhuma região mostrou um declínio na anemia entre mulheres em idade reprodutiva, e a prevalência na África e na Ásia é quase três vezes maior do que na América do Norte.
O outro lado da fome
Tal como a fome, também a obesidade adulta está a aumentar, com mais de um em oito adultos no mundo classificado como obeso. Um problema mais significativo na América do Norte, mas também em África e na Ásia estão a revelar uma tendência ascendente.