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Os cinco tipos de sono e o que eles podem dizer sobre a saúde

tipos de sono

Um estudo que analisou dados de cinco milhões de noites de cerca de 33.000 pessoas identificou cinco tipos principais de sono, a que chamaram fenótipos, e conclui que estes tipos podem fornecer informações sobre doenças crónicas como a diabetes e a apneia, e doenças como a COVID-19.

Utilizando dados recolhidos a partir de um anel inteligente que avalia o tempo em que estamos a dormir, a temperatura da pele e outras informações, os investigadores analisaram pessoas individuais ao longo de uma série de meses, observando se tinham problemas de saúde crónicos, como diabetes e apneia do sono, ou doenças como a COVID-19 e a gripe.

A equipa descobriu que as pessoas passam frequentemente de um para outro fenótipo ao longo do tempo, o que reflete uma alteração nas condições de saúde de um indivíduo e cria o que se assemelha ao registo de viagem de uma pessoa através da paisagem de sono baseada em dados que foi criada.

“Descobrimos que pequenas alterações na qualidade do sono ajudaram a identificar riscos para a saúde. Essas pequenas mudanças não apareceriam numa noite normal, ou num questionário, por isso mostra realmente como os wearables nos ajudam a detetar riscos que de outra forma não seriam detetados”, refere Benjamin Smarr, um dos autores séniores do estudo professor da Jacobs School of Engineering e do Halicioglu Data Science Institute da Universidade da Califórnia em San Diego.

Além disso, os investigadores sublinharam que o acompanhamento das alterações do sono a longo prazo à escala da população pode revelar novos conhecimentos relevantes para a saúde pública, como, por exemplo, se algumas alterações nos padrões através destas paisagens podem fornecer um alerta precoce para doenças crónicas ou vulnerabilidade a infeções.

Os cinco tipos de sono

Há cinco tipos de sono que os investigadores selecionaram com base nos dados de cinco milhões de noites de cerca de 33.000 pessoas. Embora o estudo tenha sido realizado com base em muitos fatores, também identificaram algumas tendências que ajudam a separar intuitivamente os cinco fenótipos.

Fenótipo 1: O que consideramos ser um sono “normal”. Neste fenótipo, as pessoas têm cerca de oito horas de sono ininterrupto durante pelo menos seis dias seguidos. É o recomendado e foi o tipo mais comum que os investigadores encontraram.

Fenótipo 2: As pessoas dormem continuamente cerca de metade das noites; na outra metade, só dormem durante curtos períodos de tempo, em períodos inferiores a três horas.

Fenótipo 4: As pessoas voltam a dormir quase continuamente. Mas têm noites raras, em que longos períodos a dormir são separados por um despertar a meio da noite.

Fenótipo 5: As pessoas dormem apenas durante períodos muito curtos de tempo todas as noites. Este fenótipo foi o mais raro que os investigadores encontraram e representa um sono extremamente perturbado.

Impacto das alterações na saúde

O que ajudou a distinguir as pessoas com doenças crónicas, como a diabetes e a apneia do sono, não foi o seu fenótipo médio. Em vez disso, foi a frequência com que alternaram entre tipos nesta paisagem. Desta forma, mesmo que alguém mudasse de fenótipo apenas raramente, o facto de ter mudado poderia fornecer informações úteis sobre a sua saúde.

Os dados revelaram que é raro a maioria das pessoas passar vários meses sem algumas noites de sono perturbado. “Descobrimos que as pequenas diferenças na forma como ocorrem as perturbações do sono podem dizer-nos muito. Mesmo que estes casos sejam raros, a sua frequência também é reveladora. Portanto, não se trata apenas de dormir bem ou mal – é nos padrões ao longo do tempo que se esconde a informação chave”, refere Edward  Wang, coautor do estudo.

Por outro lado, as pessoas não tendem a permanecer em padrões definidos por sono interrompido. Mas a frequência com que visitam padrões específicos deste tipo diz muito sobre o seu estado de saúde.

“Se imaginarmos que existe uma paisagem de tipos de sono, não se trata tanto de saber onde tendemos a viver nessa paisagem, mas sim da frequência com que saímos dessa área”, afirma Varun Viswanath, autor correspondente.

 

Crédito imagem: Pexels

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