Com cada vez mais adeptos das viagens de avião e com as férias à porta, Carl Abraham, médico especialista em doenças infecciosas e professor assistente do New York Institute of Technology College of Osteopathic Medicine, deixa informações valiosas para que os passageiros se mantenham saudáveis a 10.000 metros de altitude.
Abraham salienta que algumas pessoas podem ficar surpreendidas com o risco de propagação de germes na maioria dos aviões.
“Os aviões comerciais contêm sistemas de filtragem de partículas de ar de alta eficiência (HEPA), que trocam o ar rapidamente. Em geral, o risco de propagação de um agente patogénico transportado pelo ar é menor num avião do que noutros locais públicos fechados”, afirma. “No entanto, alguns estudos sugerem que sentar-se a menos de duas filas de um passageiro infetado aumenta o risco de contrair uma infeção transmitida pelo ar.”
Assim, Abraham aconselha qualquer pessoa com uma possível infeção respiratória a usar uma máscara N95, sendo o mesmo válido para as pessoas com sistemas imunitários comprometidos.
“Desinfetar os objetos onde tocam, como cintos de segurança ou tabuleiros do avião, não faz mal, embora as companhias aéreas devam certificar-se de que as áreas são bem limpas entre voos”, afirma o especialista.
Mas o verdadeiro ponto de acesso pode ser a casa de banho do avião. Aqui, a transmissão pode ocorrer quer através do contacto com superfícies contaminadas por bactérias, quer através da inalação de ar contaminado com determinados vírus – como o da gripe, SARS-CoV-2 e sarampo – depois de ter sido utilizado por um passageiro contagioso. A transmissão do norovírus, a causa comum de surtos de diarreia em navios de cruzeiro, também foi registada.
“Em geral, as superfícies das casas de banho públicas estão frequentemente contaminadas com flora fecal, bactérias encontradas nas fezes. As casas de banho dos aviões, que são partilhadas entre os passageiros, não são exceção”, refere Abraham. “E, embora as companhias aéreas limpem as casas de banho entre voos, a sua utilização durante o voo resulta na contaminação da sanita, dos puxadores do lavatório, das maçanetas das portas – interiores e exteriores – e, especialmente, do chão. As bactérias da casa de banho também podem entrar na cabina através da sola dos nossos sapatos.”
Para evitar o contacto com estes germes, aconselha os passageiros a abrirem e fecharem as maçanetas das casas de banho do avião com um toalhete desinfetante e a fecharem a tampa antes de puxarem o autoclismo.
“É importante que toda a gente lave sempre as mãos ou pratique alguma forma de higiene das mãos antes de voltar a vestir a roupa e antes e depois de comer”, acrescenta.
