Se dúvidas houvesse sobre o impacto do otimismo na saúde, um novo estudo deixa tudo em pratos limpos, ao confirmar que os sobreviventes de AVC com elevados níveis de otimismo apresentaram menos inflamação, redução da gravidade do AVC e da incapacidade física três meses após a doença, em comparação com os menos otimistas.
Realizado junto de um grupo de 49 sobreviventes de AVC e apresentado no Simpósio de Enfermagem da International Stroke Conference 2020, realizada em Los Angeles, nos EUA, no estudo os pesquisadores examinaram a relação entre otimismo, inflamação, gravidade do AVC e incapacidade física três meses após um AVC.
Isto porque os especialistas acreditam que entender a forma como estes elementos se relacionam ou impactam uns nos outros pode fornecer uma estrutura científica para o desenvolvimento de novas estratégias para a recuperação do AVC.
“Os nossos resultados sugerem que pessoas otimistas têm um melhor resultado na sequência da doença e aumentar a moral pode ser uma forma ideal de melhorar a saúde mental e a recuperação após um AVC“, afirma Yun-Ju Lai, primeiro estudo autor e bolseiro de pós-doutorado no departamento de neurologia do Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Texas, em Houston.
A importância do otimismo
A inflamação pós-AVC é prejudicial ao cérebro e tem impacto na recuperação. O otimismo tem sido associado a níveis mais baixos de inflamação e melhores resultados de saúde entre as pessoas com problemas de saúde, no entanto, nenhum estudo anterior tinha avaliado se essa associação existe entre os doentes com AVC.
De acordo com o estudo, à medida que os níveis de otimismo aumentam, a gravidade do AVC e os marcadores inflamatórios diminuem, mesmo após considerar outras variáveis possíveis.
“Os doentes e as suas famílias devem estar cientes da importância de um ambiente positivo, que possa beneficiar o doente”, refere Lai.
“A saúde mental afeta a recuperação após um AVC.”