Um novo estudo da Escola de Medicina da Universidade de Missouri e da MU Health Care, nos EUA, mostra que as pessoas hospitalizadas com pneumonia por COVID-19 têm maior risco de desenvolver demência do que aquelas com outros tipos de pneumonia.
Uma equipa de investigadores analisou dados de doentes hospitalizados com pneumonia e, dos 10.403 que apresentavam pneumonia por COVID-19, 312 (3%) desenvolveram demência após a recuperação, em comparação com 263 (2,5%) dos que tinham outros tipos de pneumonia.
“O risco de demência foi mais comum nas pessoas com pneumonia por COVID-19 com mais de 70 anos”, refere o investigador principal Adnan I. Qureshi, professor de neurologia clínica da MU School of Medicine.
“O tipo de demência observado em sobreviventes da infeção por COVID-19 afeta sobretudo a memória, a capacidade de realizar tarefas quotidianas e a autorregulação. A linguagem e a consciência do tempo e da localização permaneceram relativamente preservadas.”
O intervalo de tempo médio entre a infeção e o diagnóstico de demência foi de 182 dias para as pessoas com COVID-19, mas seria necessário um estudo mais aprofundado para ter uma ideia mais completa e poder determinar as razões subjacentes pelas quais a pneumonia por COVID-19 pode aumentar o risco de demência.
“As descobertas sugerem a necessidade de um rastreio de deficits cognitivos entre os sobreviventes do COVID-19”, adianta Qureshi. “Se houver evidência de comprometimento durante esse rastreio e se o doente continuar a relatar sintomas cognitivos, pode ser necessário um encaminhamento para uma avaliação abrangente.”