“Os pais têm um grande impacto na saúde e no estilo de vida dos seus filhos”, confirma, sem grandes surpresas, Marit Næss, especialista do Centro de Investigação HUNT. E é sem surpresas também que acrescenta que “os comportamentos que levam à obesidade são facilmente transferidos de pais para filhos”. Mas como é que as mudanças no estilo de vida de mães e pais afetam o índice de massa corporal (IMC) dos filhos? De forma bem diferente, garante o estudo que liderou.
E que conclui que a perda de peso da mãe, e apenas desta, afeta o IMC dos filhos. “Se o peso da mãe cair entre dois a seis quilos, isso pode estar ligado a um menor IMC nas crianças”, refere Kirsti Kvaløy, investigadora do HUNT, um estudo longitudinal de saúde da população realizado no centro da Noruega, que avaliou 4.424 crianças e pais e os seguiu ao longo de 11 anos.
Se um menor peso das mães significa também crianças menos pesadas, em relação aos pais a história é bem diferente. No caso do progenitor, os investigadores não foram capazes de encontrar uma ligação significativa entre perda de peso e o índice de IMC das crianças.
Mas há mais. “As mães cujos níveis de atividade diminuem à medida que os seus filhos crescem estão associadas a crianças com maior IMC na adolescência”, diz Næss. Ou seja, se a mãe não permanecer fisicamente ativa, as crianças ficarão mais pesadas, algo que também não foi possível confirmar no caso dos pais.
O papel da educação
De acordo com os especialistas, as mães continuam a ser as principais responsáveis pelo planeamento das atividades domésticas e pelas escolhas alimentares, embora este estudo não tenha examinado essas questões.
O que significa que as pequenas mudanças que esta faz na sua dieta e nos seus hábitos acabam por envolver toda a família, noção reforçada pelo facto de os investigadores não terem encontrado uma relação correspondente quando os pais perdem muito peso.
Então e a educação? Os resultados são bastante claros quando esta é incluída na equação. “Em média, o IMC é menor nas famílias com ensino superior, em comparação com famílias com menos educação”, diz Kvaløy. No entanto, a redução do peso materno parece exercer maior influência no IMC das crianças de famílias com ensino superior.