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Europa incapaz de dar resposta às crianças que precisam de cuidados paliativos

cuidados paliativos pediátricos

Existem, na Europa, 680 serviços de cuidados paliativos pediátricos especializados. Números que, no entanto, são insuficientes para dar resposta às necessidades da população, conclui uma investigação liderada pelo Instituto de Cultura e Sociedade da Universidade de Navarra.

A análise feita à oferta de cuidados paliativos pediátricos na região europeia da Organização Mundial da Saúde, com dados de 51 países e publicada no Journal of Pain and Symptom Management, confirma que “o sofrimento associado à doença é um dos problemas mais negligenciados na agenda global de saúde da população pediátrica”.

“Mas sua abordagem tem um impacto incalculável no bem-estar dos doentes e das suas famílias, refere Natalia Arias-Casais, principal autora do artigo.

Dos serviços detetados, 133 são centros de atendimento, 385 atendimentos domiciliares e 162 hospitalares. Em Portugal, contam-se 11 serviços. 

Ainda de acordo com o estudo, 14 países oferecem programas de educação para médicos e enfermeiros pediátricos e 22 têm associações nacionais nesta área (não é o caso do nosso país, onde não existe uma associação de cuidados paliativos pediátricos).

Mais serviços especializados e melhor formação

São vários e diferentes os modelos existentes na Europa, tão diferentes como os países. Da Bélgica, Holanda ou França, que não tem uma especialidade como tal, à Lituânia, a Moldávia ou Portugal, a prestação de cuidados é multissetorial e envolve os setores público e privado, bem como associações sem fins lucrativos e organizações não-governamentais.

E, independentemente do nível de rendimentos, os países estão a começar a responder à necessidade deste tipo de cuidados. No entanto, os especialistas consideram que é necessário mais esforços para a definição dos modelos de cuidados usados para dar resposta ao problema, sobretudo no que diz respeito a serviços especializados.

Há ainda uma oferta limitada de educação específica para todos os profissionais de saúde. E uma vez que a educação é a chave para melhorar os cuidados paliativos nas crianças e o desenvolvimento de serviços e capacidades, é importante que se faça uma aposta nestes, sobretudo nos países com recursos mais limitados.

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