
A propósito do Dia Mundial do Pulmão, que se assinala a 25 de setembro, o Fórum de Sociedades Respiratórias Internacionais (FIRS) pede aos governos de todo o mundo que abordem as desigualdades globais na saúde respiratória.
A pandemia do COVID-19 pode ter diminuído, mas o seu impacto destaca uma crise global de saúde respiratória que não desapareceu.
As doenças respiratórias afetam as pessoas em todos os países, mas desproporcionalmente nos países mais pobres, onde os recursos para investigação, prevenção e gestão são escassos. Para lidar com esta desigualdade, devemos olhar além da assistência médica para os determinantes sociais e ambientais da saúde, como o uso do tabaco, a poluição do ar, as alterações climáticas e a pobreza, alertam os especialistas.
Ao nível da saúde respiratória, há cinco doenças que são as causas mais comuns de doença e morte em todo o mundo – doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), asma, pneumonia, tuberculose e cancro de pulmão. O relatório FIRS Global Impact of Respiratory Disease revela a imensa carga destas doenças pulmonares:
- Estima-se que 200 milhões de pessoas tenham DPOC, que vitima mortalmente 3,2 milhões todos os anos, tornando-se a terceira principal causa de morte em todo o mundo.
- A asma é uma das doenças não transmissíveis mais comuns, afetando 262 milhões de pessoas.
- Com mais de 2,2 milhões de novos casos de cancro do pulmão em 2020 e 1,80 milhões de mortes globalmente, oeste tumor é responsável por 1 em cada 4 mortes por cancro.
- A pneumonia é uma das principais causas de mortalidade, sendo responsável por mais de 2,4 milhões de mortes todos os anos, sobretudo nos países mais pobres e a COVID-19 aumentou drasticamente as mortes por pneumonia em todo o mundo. Nas crianças menores de cinco anos, a pneumonia é a principal causa isolada de morte fora do período neonatal
- A tuberculose continua a ser um fardo grande – o relatório global anual da Organização Mundial da Saúde constatando que as mortes por tuberculose aumentaram pela primeira vez em mais de uma década devido à pandemia de COVID.
A FIRS pede que governos, profissionais de saúde e investigadores se concentrem em três questões-chave para ajudar a reduzir as desigualdades na saúde respiratória: a carga global das principais doenças respiratórias e o impacto da COVID-19; a importância do rastreio e deteção precoce; a redução das desigualdades no rastreio, diagnóstico, prevenção e tratamento das doenças pulmonares
“O tema deste Dia Mundial do Pulmão é a Saúde do Pulmão para Todos. É por isso que estamos a pedir aos governos de todo o mundo que trabalhem juntos para construir capacidade, infraestrutura e recursos equitativos”, refere Heather Zar, presidente da FIRS.
“A COVID destacou as desigualdades globais no acesso a estratégias eficazes para a saúde respiratória. Temos intervenções muito eficazes para prevenir e tratar doenças respiratórias, mas elas não estão disponíveis ou são inacessíveis em muitas partes do mundo. A redução da desigualdade requer uma abordagem integrada, que incorpore iniciativas sociais, ambientais, económicas e médicas. Temos intervenções eficazes, mas devemos usá-las de forma mais equitativa.”