Esta sexta-feira, dia 29 de outubro, Dia Mundial do AVC, pelas 17 horas, o Grupo de Ajuda Mútua de Sobreviventes de AVC (GAM Porto), da associação Portugal AVC – União de Sobreviventes, Familiares e Amigos, encontra-se pela primeira vez, uma iniciativa aberta a todos, que se caracteriza por ser livre, gratuito e sem compromisso.
O encontro é no CONSANAS, um centro especializado em reabilitação intensiva de pessoas que sofreram AVC, sediado no Hospital da Prelada.
Os GAMs de sobreviventes de AVC (que podem também existir de familiares/cuidadores) são uma iniciativa da Portugal AVC e contribuem para a plena integração social dos sobreviventes de AVC, tentando, igualmente, ser um espaço de diálogo, que pode ajudar a suavizar os problemas e até proporcionar mudanças pessoais e/ou sociais aos participantes.
Em Portugal, a cada 23 minutos há uma pessoa que sofre um AVC. Até 25% dos casos ocorrem antes dos 65 anos e estima-se que, anualmente, haja cerca de 20.000 sobreviventes daquele que continua a ser a primeira causa de morte e incapacidade permanente em adultos.
As reuniões do GAM vão acontecer com uma periodicidade mensal, na última sexta-feira de cada mês e esta primeira reunião, além de sobreviventes de AVC, contará com a presença do presidente da Portugal AVC, António Conceição, e será dinamizada pela enfermeira chefe Cristina Carvalho e pela neuropsicóloga Janina Fontoura, da equipa clínica do CONSANAS HP.
Fátima Mendonça reconhece a desorientação causada pelo AVC, que atingiu o seu marido e, em conjunto, cuidadora e sobrevivente recorrem aos GAMs com regularidade e chegaram à conclusão que “estava a ser benéfico para os dois por vários motivos”, em especial, no que toca a “quebrar o isolamento social, tão comum em pessoas que se sentem diminuídas nas suas capacidades, e nos seus familiares e/ou cuidadores”. Por isso, deixa o conselho: “não cometa o erro de se isolar, venha assistir a um GAM, mas não desista à primeira”.
Os GAMs realizam-se em vários pontos do País e a sua regularidade é muito importante, pois os sobreviventes de AVC referem que a frequência de um GAM mudou o sentido das suas vidas, dando a perceção que são sempre muito mais as qualidades que conserva, “ainda que algumas, em consequência do AVC, eventualmente, tenham que ser diferentes”, refere António Conceição, também ele sobrevivente, com sequelas que o levaram a adaptar algumas formas de encarar a vida.
Segundo o presidente da Portugal AVC, “os GAMs são espaços de partilha, de informação e formação pela positiva e também de convívio”. Quaisquer que sejam as sequelas do AVC, o sobrevivente pode sentir “conforto pelo facto de não estar sozinho, encontrar um grupo que o percebe e acolhe e pode também, inclusive, ser uma ótima ajuda a quebrar a tentação do isolamento social, tão característico em muitos casos”.