Um novo estudo, liderada por investigadores da Universidade de Nottingham, no Reino Unido, descobriu que aproximadamente 65 milhões de adultos na União Europeia (UE) sofrem de zumbido nos ouvidos, também conhecido como tinnitus, e que esse número aumentará significativamente na próxima década.
A investigação, publicada na revista científica The Lancet Regional Health – Europe, é o primeiro estudo a analisar rigorosamente a prevalência do zumbido nas populações de 12 estados membros da UE.
O zumbido ocorre quando a pessoa sente um ruído num ou em ambos os ouvidos, que outras pessoas geralmente não conseguem ouvir. Uma condição que pode ser moderada ou grave e que, na sua forma mais debilitante, pode afetar a saúde emocional e o bem-estar social.
No entanto, não há cura ou medicamentos aprovados para tratar o zumbido, mas existem terapias disponíveis para ajudar a controlar a doença, mas a investigação mais recentes ao nível de medicamentos é promissora.
É importante conhecer a prevalência do zumbido em diferentes países, mas os dados existentes são difíceis de comparar porque as medições costumam ser feitas de formas diferentes. O objetivo deste estudo foi relatar uma estimativa única em toda a Europa para a frequência do zumbido e investigar o efeito das características individuais e nacionais sobre a prevalência.
Cerca de 11 mil e meio mil pessoas foram recrutadas, entre 2017 e 2018, para participar numa pesquisa transversal sobre zumbido na Europa em 12 países da UE (Bulgária, Inglaterra, França, Alemanha, Grécia, Irlanda, Itália, Letónia, Polónia, Portugal, Roménia e Espanha), usando um conjunto de perguntas e opções de resposta relacionadas com o zumbido.
E descobriu-se que a prevalência de qualquer tipo de zumbido foi de 14% (1,2% maior nas mulheres do que nos homens) e que o tinnitus grave foi detetado em 1,2% dos participantes.
A prevalência de zumbido aumentou significativamente com a idade e a deterioração da audição e o uso de recursos de saúde para o zumbido aumentou com o aumento da gravidade dos sintomas.
Michael Akeroyd, professor de Ciências da Audição na Escola de Medicina da Universidade de Nottingham e um dos autores do artigo, revela que “esta é a primeira vez que medimos de forma adequada e rigorosa a escala de quão problemático é o zumbido em toda a Europa. O tinnitus pode afetar o bem-estar mental das pessoas e, à medida que a população cresce e as pessoas vivem mais tempo, o problema só vai piorar”.
“Esperamos que estes dados possam agora ser usados para implementar tratamentos eficazes e para encorajar as partes interessadas adequadas em toda a UE a ver como podem resolver este problema crescente.”