Segundo o relatório World AIDS Day Report, contam-se atualmente 38 milhões de pessoas, no mundo, a viver com VIH. Só em 2019, foram infetadas 1,7 milhões de pessoas com o vírus e, nesse mesmo ano, morreram 690 mil pessoas com doenças relacionadas com a SIDA. “São estes números que fazem com que a Liga Portuguesa contra a SIDA (LPCS) continue a apostar na realização de rastreios ao VIH e outras Infeções Sexualmente Transmissíveis (IST). Um trabalho que precisa de mais apoios para chegar a mais pessoas”.
Mais especificamente, a necessidade recai agora sobre uma nova unidade móvel para continuar a realizar os rastreios.
“Apesar do contexto atual causado pela COVID-19, a LPCS não esquece a sua génese e continua a reunir todos os seus esforços, quer nos centros de atendimento e apoio em Lisboa, Loures e Odivelas, quer com a única unidade móvel que tem, de forma a testar, diagnosticar e referenciar ao Serviço Nacional de Saúde os utentes, e sobretudo informar sobre formas de transmissão e de prevenir o VIH, hepatites virais e outras infeções sexualmente transmissíveis (IST). É preciso apostar no diagnóstico precoce e na promoção da saúde e defesa da doença, pois as pessoas não podem chegar ao hospital já em fase de SIDA”, refere Maria Eugénia Saraiva, presidente da LPCS, no âmbito do Dia Mundial de Luta Contra a SIDA.
As Nações Unidas traçam, até 2030, objetivos para que a epidemia do VIH possa ser eliminada, enquanto problema grave de saúde pública.
Tais objetivos passam por conseguir que 95% das pessoas que vivem com VIH conheçam o seu estatuto serológico positivo; que 95% das pessoas que vivem com VIH estejam sob tratamento antirretroviral; que 95% das pessoas sob tratamento antirretroviral tenham carga viral indetetável e que haja zero discriminação.
Maria Eugénia Saraiva quer que a LPCS contribua para que Portugal atinja estes objetivos, mas admite que “são necessários mais apoios para chegar às populações mais vulneráveis que vivem com infeção por VIH ou outras IST não diagnosticadas, para que a epidemia do VIH possa ser eliminada, enquanto problema grave de saúde pública, pelo menos em Portugal”.
Acrescenta ainda que “A LPCS precisa mais do que nunca de todos, de forma a não termos as nossas atividades comprometidas por via da pandemia por COVID-19, nomeadamente a nível dos rastreios e do tratamento como prevenção de novos casos”.
A LPCS tem disponibilizado testes rápidos ao VIH, hepatites e sífilis nos concelhos de Lisboa, Odivelas e Loures desde dia 20 de novembro, até 27 de novembro, no âmbito da Semana Europeia do Teste ao VIH e Hepatites.