As farmácias comunitárias vão passar a fazer testes rápidos de rastreio das infeções pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH), vírus da hepatite C (VHC) e da hepatite B (VHB). Os mesmo acontece com os laboratórios de patologia clínica e de análises clínicas, sem necessidade prévia de prescrição médica.
O objetivo é “melhorar a acessibilidade na deteção precoce da infeção VIH e hepatites virais”, como medida complementar ao diagnóstico realizado noutros espaços, como os cuidados de saúde primários, os hospitais ou as associações de base comunitária.
O diploma que o permite já foi publicado, ficando agora a cargo do Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, elaborar, no prazo de 30 dias, as normas necessárias para operacionalizar a concretização da medida.
De acordo com o documento, “atualmente, a infeção por vírus da imunodeficiência humana (VIH) representa um importante problema de saúde pública na Europa e em Portugal. Na Europa, estima-se que 15% das pessoas que vivem com VIH não se encontrem diagnosticadas, ou seja, uma em cada sete não sabe que está infetada, prevendo-se que em Portugal esse valor possa ser inferior a 10%”.
Porque “Portugal precisa de acelerar o ritmo de atividades de prevenção para alcançar as metas da ONUSIDA, para o ano de 2020”, torna-se necessário “aumentar a realização dos testes de rastreio, de forma a promover a identificação precoce dos casos e quebrar o ciclo de transmissões, tendo como objetivo, até 2030, transformar Portugal num País sem infeção epidémica de VIH”.
A este problema junta-se outro, os das hepatites. Segundo a Organização Mundial da Saúde, “estima-se que atualmente na Europa, mais de 13 milhões de pessoas vivam com infeção crónica por vírus da hepatite B (VHB) e mais de 15 milhões com infeção crónica por vírus da hepatite C (VHC)”.