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Pandemia coloca 73 países em risco de falta de medicamentos para o VIH

medicamentos para o VIH

Setenta e três países alertaram para o risco de falta de medicamentos para o VIH (antirretrovirais) como resultado da pandemia de COVID-19, revela a Organização Mundial da Saúde (OMS). Ao todo, 24 nações relataram ter um stock criticamente baixo ou interrupções no fornecimento destes medicamentos que salvam vidas.

Em 2019, estima-se que 8,3 milhões de pessoas tenham sido beneficiadas pelos antirretrovirais nos 24 países que agora sofrem escassez no fornecimento. Isso representa cerca de um terço (33%) de todas as pessoas que fazem tratamento contra o VIH globalmente.

Embora não haja cura para a doença, os antirretrovirais podem controlar o vírus e impedir a transmissão sexual a outras pessoas.

As falhas de entrega no prazo e a paralisação dos serviços de transporte terrestre e aéreo, juntamente com o acesso limitado aos serviços de saúde em vários países, resultado da pandemia, estão entre as causas citadas para as interrupções, avança a OMS.

Estes dados são “profundamente preocupantes”, segundo Tedros Adhanom Ghebreyesus, Diretor-Geral da OMS. “Os países e os seus parceiros de desenvolvimento devem fazer todos os possíveis para garantir que as pessoas que precisam de tratamento contra o VIH continuam a ter acesso a estes. Não podemos permitir que a pandemia de COVID-19 desfaça os ganhos conquistados com muito esforço na resposta global a esta doença.”

Progresso na luta contra a sida está parado

De acordo com dados divulgados pela UNAIDS e pela OMS, as novas infeções por VIH caíram 39% entre 2000 e 2019. As mortes relacionadas com a doença caíram também, aqui 51%, no mesmo período e cerca de 15 milhões de vidas foram salvas com o uso e antirretrovirais.

No entanto, o progresso em direção às metas globais está parado. Nos últimos dois anos, o número anual de novas infeções por VIH chegou a 1,7 milhões e houve apenas uma redução modesta na morte relacionada com a doença, de 730.000 em 2018, para 690.000 em 2019.

Apesar dos constantes avanços na ampliação da cobertura do tratamento, com mais de 25 milhões de pessoas que precisavam de antirretrovirais a recebê-los 2019, as principais metas globais para 2020 serão perdidas.

Os serviços de prevenção e teste de VIH não estão a alcançar os grupos que mais precisam deles.

Orientações para garantir medicamentos para o VIH

A COVID-19 corre o risco de agravar a situação. A OMS recentemente divulgou orientações para os países sobre como manter, com segurança, o acesso a serviços essenciais de saúde durante a pandemia, inclusive para todas as pessoas que vivem ou são afetadas pelo VIH. Até ao momento, 129 países adotaram essa política.

Os países estão também a mitigar o impacto das interrupções, trabalhando para manter voos e cadeias de fornecimento, envolvendo as comunidades na entrega de medicamentos para o VIH e trabalhando com os fabricantes para superar os desafios logísticos.

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